OS PODERES PASSAM, A ARTE FICA!
Para: IPHAN e IPAC - Sucursais da Bahia
Em conformidade à PORTARIA Nº 127, DE 30 DE ABRIL DE 2009 que Estabelece a chancela da Paisagem Cultural Brasileira, facultando a todo e qualquer cidadão brasileiro a solicitação de tombamento de certa ou difusa, material ou imaterial paisagem cultural brasileira, ,solicitamos aos gestores do IPHAN e do IPAC, o tombamento de Paisagem Cultural para um conjunto escultural composto de cinco esculturas públicas do escultor e Artista Plástico Allan de Kard, localizadas ao longo da Ciclovia Olívia Flores, em Vitória da Conquista.
HISTÓRICO E JUSTIFICATIVA – Construídas e inauguradas no começo desta década pelo artista ALLAN de KARD, e doadas por este ao povo de sua querida cidade – sem custo nenhum para o erário, convêm ressaltar - tais obras tem se tornado uma referência e parte constitutiva de um ambiente social utilizado não apenas como via de deslocamento da população estudantil até o campo da UESB, Universidade Estadual do Sudoeste Baiano, como também por milhares de desportistas que utilizam desta ciclovia para passeios, corridas, pedaladas, lazer e competições esportivas de várias modalidades, sendo esta ciclovia a principal referência de espaço esportivo público em nossa cidade. Ao longo dos seus 05 quilômetros de extensão, a população de Vitória da Conquista já se acostumou com a presença das cinco esculturas, testemunha de suas vivências e marco físico de sua presença em quantidade incontável de fotografias e filmes amadores. Recentemente, ao tempo em que se inaugura um gigantesco Shopping Center de gosto arquitetônico duvidoso nas margens desta ciclovia, surgiram rumores de escusas tratativas para a remoção das esculturas por parte do poder municipal, sem, contudo nenhuma consulta popular a respeito de tal e eventual violência estética e cultural. Em escabrosos tempos onde a Arte e o Patrimônio Público têm sido a vestal do espírito reiteradamente violada pela sanha inescrupulosa da especulação imobiliária, urge o nosso apelo aos órgãos sensíveis e competentes para preservar esse conjunto escultural de já incorporado valor estético e sentimental. Parafraseando William J. Reilly, teórico do marketing da Yale University, se é preciso grandes tristezas no atacado para se vender “felicidade” no varejo, serão nossas esculturas os primeiros alvos, discretos, mas sintomáticos, da decadência cultural em que mergulhou nossa cidade, outrora berço da Cultura e das Artes regionais!