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Psicólogos em Defesa da Democracia, dos Direitos Humanos e da Profissão

Para: Conselho Regional de Psicologia, Conselho Federal de Psicologia, ABRAPSO

Nota de profissionais da Psicologia em defesa da
Democracia, dos Direitos Humanos e da Profissão

A Psicologia é uma profissão reconhecida no Brasil desde 1962 e se baseia em princípios científicos, teóricos, técnicos e éticos que lhe são próprios. O Código de Ética Profissional do Psicólogo possui seus PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS, dos quais destacaremos os três primeiros:
I. O psicólogo baseará o seu trabalho no RESPEITO e na promoção da LIBERDADE, da DIGNIDADE, da IGUALDADE e da integridade do ser humano, apoiado nos valores que embasam a Declaração Universal dos DIREITOS HUMANOS.
II. O psicólogo trabalhará visando promover a saúde e a qualidade de VIDA das pessoas e das coletividades e contribuirá para a eliminação de quaisquer formas de negligência, discriminação, exploração, VIOLÊNCIA, crueldade e OPRESSÃO.
III. O psicólogo atuará com responsabilidade social, analisando crítica e historicamente a realidade política, econômica, social e cultural.

Baseados nesses princípios, viemos publicamente nos posicionar contrários ao discurso de Jair Bolsonaro (PSL), candidato à Presidência da República, uma vez que violenta gravemente nossa ÉTICA profissional.

“Eu apoio a tortura”, “Eu defendo a ditadura”, “Eu vou fechar o congresso”, “Não servem nem para procriar” (sobre quilombolas), “Não te estupro porque você não merece”, “O erro [da ditadura] foi torturar e não matar”, “Viadinho tem que apanhar”, “Vamos acabar com o ativismo”, “Eu tô me lixando pros homossexuais”, “Eu tenho imunidade pra falar que sou homofóbico sim, com muito orgulho”, "Se eu assumir, índio não vai ter mais nenhum centímetro de terra", "No quartel tinha um cassetete de um metro e meio de altura escrito psicólogo. Eu mostrava e o problema estava rapidamente resolvido", "Eu não acredito em psicólogo".

Essas são apenas algumas das frases ditas por Bolsonaro e podem ser encontradas sem dificuldades em vídeos e entrevistas veiculadas por diversas fontes confiáveis pela internet. O fato de o candidato dizê-las sem nenhum pudor - em público e diante das câmeras - não representa qualidade de quem é autêntico ou sincero, mas anuncia que, se é capaz de assumir tudo isso publicamente, é temerário o que está velado em seu discurso e que pode vir à tona ao ocupar o cargo executivo máximo da nação.
Assim, banalizar essas declarações no que elas se configuram como apologia à tortura, incitação ao ÓDIO, à VIOLÊNCIA contra a comunidade LGBTTI+ , ao estupro, ao RACISMO, à misoginia, ao desprezo por indígenas e quilombolas e à INTOLERÂNCIA, além do total desrespeito e desprezo pela nossa profissão (e no que ela pode se opor a isso), seria fechar os olhos para o fato de servirem como incentivadoras da disseminação de tais discursos e de atos por ele autorizados. De fato, pelo noticiário dos últimos dias, já é possível perceber que tais discursos extrapolaram a fala do candidato e têm servido de justificativa para vários atos violentos endereçados a grupos minoritários e militantes adversários, sendo um episódio bastante simbólico a desnecessária e injustificável vandalização da placa de rua em homenagem à vereadora Marielle Franco, no Rio de Janeiro.

Diante de tal ameaça e em respeito ao que rege nossa profissão, o momento exige-nos RESISTIR e transformar nossa INDIGNAÇÃO em posição política RESPONSÁVEL. Nos pautamos sempre pelo direito ao exercício da SINGULARIDADE, e isto só é possível com RESPEITO à DIVERSIDADE e dentro de um sistema democrático, que promova JUSTIÇA, INCLUSÃO e GARANTIA DE DIREITOS. O discurso sustentado por Bolsonaro, ao contrário de tudo o que defendemos, ameaça a DEMOCRACIA e as LIBERDADES de expressão, cerceia o DIÁLOGO, fomenta a VIOLÊNCIA e, sobretudo, trata a DIVERSIDADE como um erro a ser curado, corrigido, coibido, ANULADO ou violado, e não como parte da riqueza das manifestações humanas e políticas.

Assim sendo, por uma cultura DEMOCRÁTICA e de PAZ, COERENTE com os princípios da nossa profissão, nós, que ora assinamos este documento manifestamo-nos, em UNIÃO, a favor de discursos que promovam EMPATIA, ACOLHIMENTO, CUIDADO, GENEROSIDADE, COMPAIXÃO, SOLIDARIEDADE e RESPEITO AOS DIREITOS HUMANOS.

Enquanto profissionais que trabalhamos com as palavras e os discursos, por serem estes nossos principais instrumentos - tanto do que escutamos quanto do que dizemos - e ainda que reconheçamos a importância do silêncio em alguns momentos, sabemos que há outros em que não podemos nos silenciar, sob o risco de sermos coniventes com a VIOLÊNCIA, o MEDO, o HORROR, a INJUSTIÇA e a MORTE. Usando da OPORTUNIDADE de não fazermos silêncio, e prezando pela AUTONOMIA e integridade de nossa profissão, decidimos, assim, por dever ético, nos posicionar e assinamos:
104 psicólogos em Nota encaminhada ao CRP/04.




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