EM DEFESA DO IBGE!
Para: Presidente Dilma, Ministério do Planejamento, Congresso Nacional
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, é um órgão de Estado, estratégico para o país. Para planejar o desenvolvimento do Brasil, há que se conhecer o Brasil. E quem produz dados para tal conhecimento é o IBGE!
A crescente precarização do IBGE, aliada à péssima gestão nos últimos anos, gerou uma crise institucional que não pode mais ser ignorada pela sociedade.
São muitos os problemas: Aposentadorias em massa reduzem significativamente o corpo técnico. Concursos públicos que não repõem os quadros. Contratação de força de trabalho temporária e precarizada. Instalações físicas em péssimas condições. Os poucos concursados que ingressam no instituto recebem salários menores do que os percebidos em carreiras tão importantes quanto à do IBGE. A gestão é autoritária, com decisões verticalizadas, sem consulta aos técnicos que irão desenvolver e executar os projetos. A ausência de política de Recursos Humanos, com orientações confusas, sem padronização e extremamente restritiva e impositivas, aliada às questões acima mencionadas, levam à evasão de parte dos novos concursados, já tão escassos!
Com o falso argumento de contenção de despesas, o IBGE abusa da contratação temporária de servidores, pagando salários baixíssimos, negando quase todos os direitos, e exigindo a mesma carga de trabalho e dedicação para executar as tarefas. O desvio de função se faz presente: os servidores temporários, que deveriam se dedicar apenas à coleta das pesquisas, também realizam trabalho de supervisão, porque não há efetivos para exercer esta atividade.
Contraditoriamente, a atual presidente e seu Conselho Diretor, tão autoritários para com os servidores do IBGE, mostram-se subservientes ao extremo no trato com o Ministério do Planejamento! Acatam os cortes de orçamento sem argumentar, sem pleitear melhores condições de trabalho e salários para os trabalhadores. Contagem Populacional e Pesquisa de Orçamentos Familiares adiadas. Completa falta de força política da atual presidente, que não se empenha para garantir o funcionamento do IBGE.
A gota d’água foi suspender a divulgação da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua, gerada por um simples questionamento da metodologia pelo Senado. Nunca admitimos, e jamais admitiremos, em hipótese alguma, manipulação de calendário ou de resultados, para acomodação de interesses político-partidários.
Entendemos que um(a) presidente do IBGE indicado(a) politicamente pelo Ministério do Planejamento é, por definição, fraco politicamente, pois pode se sujeitar aos desmandos superiores, por receio de perder o cargo. Assim, conclamamos à população que engrossem a voz dos servidores do IBGE pela democratização do Instituto e valorização dos seus trabalhadores. Juntem-se a nós! Por uma gestão comprometida com o cumprimento da meta institucional de “Retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento da sua realidade e ao exercício da cidadania”. Para isso, precisamos de gestão mais horizontal, em que trabalhadores e sociedade possam contribuir para o planejamento dos trabalhos da Instituição.
