Abaixo-assinado PETIÇÃO PÚBLICA PELO AUMENTO DE ASSENTOS NO ESTÁDIO DA FONTE NOVA
Para: PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Pelo presente, vimos solicitar a revisão da quantidade de assentos no estádio da Fonte Nova, ora em construção. O projeto prevê 50 mi lugares. Uma estratégia que obedece aos parâmertros FIFA, que em suma objetiva elitizar o futebol, entregar nossas agremiação nas mãos das grandes coorporações, priorizar as transmissões televisivas e retirar de uma vez as classes populares dos estádios. Afinal, por conta do reduzido número de lugares a viabilidade econômica (leia-se lucro dos investidores) só torna possível se e somente se o valor do ingresso for elevado. O campeonato baiano de 2011, a título de exemplo, tem ingressos a R$ 50,00. Valor muito acima da realidade monetário do torcedor médio.
O ingresso (arquibancada) para a Fonte Nova quando o Bahia foi bi-campeão brasileiro, em 1988, custava cerca de 2 dólares, quer dizer, menos de 4 reais a preço de hoje. Nesta ocasião, o público chegou a 110 mil pessoas. O torcedor de baixo poder aquisitvo tinha acesso ao estádio. Ora, as torcidas de Bahia e Vitória, principais times do estado são compostas basicamente por pessoas das classes D e E. Uma gente que tem no futebol uma das raras fontes de prazer e alegria. Precisamos impedir que essa tendência mercantilista se concretize. Nossa petição visa à construção de uma Fonte Nova para 80 mil pessoas e também a obrigatoriedade de pelo menos 50 mil lugares com ingressos a preços populares.
O futebol brasileiro não pode se tornar subserviente ao chamado “padrão FIFA”, de quem a CBF é mera coadjuvante. O Futebol brasileiro é questão de segurança nacional, de governo. Nossos clubes são entes de um imaginário que precisa ser preservado e que está muito além dos reles valores mercadológicos. Numa era de inclusões não podemos permitir que a nossa maior manifestação cultural fuja à regra.
O futebol brasileiro é patrimônio do povo brasileiro.
Fernando Caldas
Filósofo, escritor e cantor
