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Abaixo-assinado Fui discriminada pelo segurança da Farmácia Sant'ana e estou aqui para pedir justiça

Para: Ministério Público do Estado da Bahia

O meu nome é Patrícia A. S. Ramos (Patrícia Rammos), atriz, produtora, residente em Salvador, e nesta sexta-feira, 13 de Maio, dia da clamada Abolição da Escravatura e também de Nossa Senhora de Fátima, venho aqui solicitar que novas testemunhas decisivas sejam chamadas e ouvidas pelo Ministério Público (Procuradoria de Discriminação Racial), para que, com isso, o caso em que estou envolvida seja reaberto e reavaliado.
Permitam-me que reavive os fatos:
Há quase quatro anos, fui alvo de racismo por um segurança da Farmácia Sant’ana, que me seguiu pelas ruas e me fez abrir minha sacola para provar que não havia roubado nada da loja, situada na Graça, por onde eu passei para me proteger de uma chuva, após voltar da academia. Segundo suas palavras “gente, assim da nossa cor, todo mundo pensa que é ladrão”.
Não, não pensa não. E se pensa, vai ter que deixar de pensar, porque o caráter de ninguém é moldado pela cor. Para mim, foi uma agressão pior do que um assalto. Só que desta vez, ao invés de bens materiais, a tentativa era de macular a minha dignidade.
Levei o caso ao Ministério Público e a Justiça comum, mas, infelizmente, o tal segurança sumiu, a farmácia alegou que ele nunca existiu e que a empresa não tem o hábito de contratar seguranças. Contudo, possuo testemunhas que comprovam que ele trabalhava lá e já criava problemas com outras pessoas, inclusive, com o conhecimento de outros trabalhadores da farmácia. Mas estas não foram ouvidas nem pelo Ministério Público, nem pela Justiça Comum. Aliás, para piorar a situação, na primeira audiência na Justiça Comum, o meu advogado por questões sérias, chegou atrasado e eu não pude ser ouvida. Ainda tive que ouvir a testemunha da empresa dizer que tanto o estabelecimento não era racista que até contratava uma quantidade grande de afro-descendentes para o seu quadro de funcionários. Ou seja, minha voz foi calada e tanto o Ministério Público quanto a Justiça Comum arquivaram o caso.
Portanto, desejamos apresentar as provas de que esse senhor existe e que a farmácia costuma, sim, contratar seguranças, mas que estes não tem vínculos empregatícios, pois trabalham informalmente, através de empresas terceirizadas.
Qual é a minha tarefa agora? Tentar convencer o juiz e o promotor a “obrigarem” a farmácia a dar o paradeiro desse senhor e justificar o porquê de mentirem em juízo. Para isso, preciso que minhas testemunhas sejam ouvidas.
Por conta disso, estou dando entrada numa petição e escolhi esse dia tão simbólico para todos nós, vítimas de uma sociedade que, mesmo tendo sido “libertada” há algum tempo, continua escrava de um preconceito que agride, que amedronta, que asfixia... É um ato violento, indecente, imoral, que se a gente deixar passar, vai contribuir para que as pessoas avaliem e agridam os outros por motivos tolos.
Atos como esse são tão bestiais como os que destroem a vida de milhares de pessoas com as temíveis bombas, dezenas de crianças inocentes em escola, ou taque fogo em índio dizendo que matou porque achava que era mendigo e bata em doméstica dizendo que o fez porque achava que era prostituta. Negro, gay, criança, índio, mendigo, doméstica, prostituta... não é gente? Ou melhor, gente não é gente? A vida perde o valor por uma ideia de superioridade irracional. Fico imaginando o que teria acontecido comigo se por acaso o tal homem tivesse encontrado algum cosmético comprado por mim anteriormente dentro da sacola. Esse tipo de chacina nos mata paulatinamente, porque põe em duvida o nosso bem maior.
Não estou aqui para questionar a justiça brasileira, estou aqui porque tenho o direito de ser ouvida, de ser respeitada e preciso que minhas testemunhas sejam ouvidas.
Também faço questão de deixar sempre claro que não possuo nenhum “complexo de senzala”, mas tenho consciência dos meus direitos e deveres. E é por eles que estou aqui. Tenho o direito e o dever de fazer a justiça valer. E tudo isso com muito respeito.
Nestes termos, peço deferimento.




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