Abaixo-assinado diga não a remoção dos desabrigados do Borel!
Para: Congresso nacional,Senhor Prefeito Eduardo Paes
Carta dos desabrigados do Borel contra a remoção!
Nós moradores do Borel denunciamos a todos a forma autoritária como a prefeitura do Rio vem causando um grande “terror psicológico” aos moradores com a anunciada remoção dos moradores do Borel, após as chuvas e as quedas de barreiras e casas que fizeram 3 vitimas fatais.
Nós desabrigados do Borel, estamos sofrendo fortes impactos por interesses de uma classe média hipócrita e conservadora, que têm na sua retaguarda grupos de interesse na especulação imobiliária a serviço dos próprios interesses.
Classificamos como inadmissível a forma como o problema vem sendo tratada pelas autoridades. A discriminação da população da favela. Como se não bastasse, as 160 famílias desabrigadas em Abril de 2010, que hoje estão pelo aluguel social, antes sem nenhuma noção para onde iriam nos assentar, hoje com o terror da ideia de sermos removidos retirados do nosso convívio com nossos amigos e familiares de longos anos, sem nos darem ao menos o direito de escolha; querem nos remover para Paciência ou Senador Camará. O que os senhores esquecem e que somos trabalhadores, pessoas, gentes, como qualquer um de vocês. Pagamos os nossos impostos como qualquer um de vocês, pois trabalhamos e muito pela nossa sobre-vivência.O fato de morarmos num morro,vulgo ( favela ),não significa que não cumprimos com nossas obrigações e deveres.E tenham certeza Senhores absoluta que se tivéssemos tido opções moraríamos como vocês,em lugares confortáveis,sem risco as nossas vidas e de nossos familiares;mais como já disse anteriormente não tivemos escolhas,e não moramos no Morro por que queremos,moramos por que precisamos.Os desabrigados do Borel , vêm sendo tratados pela prefeitura do Rio com desrespeito, descaso, esquecimento total pelas suas ações.
Em uma nota que li eles, mapearam Oito áreas de risco identificadas pela GEO - Rio que são:
Morro do Urubu (Pilares); Favela São João Batista (Botafogo); Cantinho do Céu e Pantanal, no Morro do Turano (Tijuca); Laboriaux (Rocinha); Parque Colúmbia (Acari); morros dos Prazeres e do Fogueteiro (Santa Teresa).
Pergunto ao senhor, Prefeito Eduardo Paes.
- Onde estão os desabrigados do Borel?
Eu respondo ao senhor:
- Estamos esquecidos, sendo tratados por vocês como bonecos que vocês podem jogar para onde vocês querem. O que sabemos é que vocês não querem comprar terrenos próximos ao Borel na (Tijuca), por que os terrenos estão caros demais.
Pergunto aos senhores:
- Por que então existe essa Lei orgânica do Município do Rio de Janeiro, se vocês não cumprem a lei!
- Por que vocês ao invés de nos remover para tão longe, não nos reassenta próximo á nossa comunidade como a Lei orgânica do município do Rio de Janeiro manda.Por que os senhores não nos reassenta onde vivemos e moramos por tantos anos,se coloquem em nossos lugares senhores ao menos uma vez,e se mesmo assim os senhores ainda continuarem achando que os terrenos aqui estão caros demais,coloque nos então um pouquinho mais próximos da nossa vida e de nossos amigos, nos coloque então mais ou menos próximo onde nós moramos, nos remove então para o futuro Bairro Carioca, em triagem; já que vocês não querem comprar os terrenos próximos ao Borel por serem caros, ou então faz com a gente a compra assistida . Vamos convocar e pedir ajuda á todos os moradores do Borel (mesmo, os que as casas não foram atingidas), pediremos também a ajuda das outras comunidades e principalmente do Brasil se for necessário.
Por favor se junte a nós, nessa corrente de união e força. Pediremos a todas as pessoas desse nosso Brasil,que é lindo demais, para nos ajudar nesse abaixo assinado contra a nossa remoção. Com esse despejo de moradores, o Estatuto da Cidade, sofrera um grande retrocesso ao direito a moradia e a terra urbana pelos mais pobres, demonstrando dessa forma que no Município do Rio de Janeiro, não tem uma política publica consolidada. Nós Moradores e desabrigados do Borel vamos resistir à remoção forçada!
Lutaremos contra esse despejos da terra que ocupamos, desrespeitando assim, o nosso direito à cidade.Nós somos parte da Cidade, e como parte da cidade,exigimos o nosso direito.Queremos que todas as pessoas da cidade não sofram discriminação racial, econômica, de género, idade, condições de saúde, queremos, assim preservar nossa história e identidade cultural.
Nós lutaremos contra as remoções e despejos forçados, que encobertos seja por uma retórica ambiental, seja por chamados à Ordem Pública,associados á mega-eventos, favoreçam a especulação imobiliária e os governos de plantão. Estamos comprometidos a lutar pela garantia da Função Social da Propriedade e da Cidade.
Lutaremos até o fim por uma igualdade social,pelos nossos direitos á moradia e a terra.Assentamento sim,remoção não.
