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Carta Aberta

Para: Faculdade de Arquitetura & Urbanismo - Centro de Ensino Superior de Juiz de Fora (CES/JF)

Bom dia a todos os colegas: alunos, professores e cabeças pensantes (ou não) que dirigem esse curso.

Essa é uma carta aberta direcionada a todos: alunos e professores, todos que fazem parte desse sistema educacional. Ensinar arquitetura não é das tarefas mais fáceis, transitamos entre humanas e exatas sem nunca se posicionar de forma enfática. A flexibilidade de intertextualidades é um dos aspectos que faz da arquitetura uma ciência tão rica, e também o que faz da aplicação do ponto de vista acadêmico tão delicado, o processo de transferência e compartilhamento de conhecimento logo assume caráter volátil, em eterna mutação, adequação ao seu tempo e as novas realidades que se instalam, toda via sob hipótese nenhuma, deve-se permitir a perda da essência democrática e vanguardista que o saber deve assumir, principalmente em instituições acadêmicas – sua principal proposta.
Assumir essa dificuldade não abre precedentes para incoerência. A incoerência em todo o processo é que o invalida em partes.
O CES como sistema educacional precisa assumir sua posição enquanto instituição de ensino, e se comportar responsavelmente como tal, pedagogicamente e funcionalmente.
Se a instituição quer assumir um caráter de extrema excelência nos trabalhos realizados, uma tipologia de ensino mais pragmática e detalhista, há que no mínimo prover aos seus alunos os meios e as possibilidades para que tais produtos sejam confeccionados. Não existe representação digital de qualidade sem ateliês de computadores e salas de qualidade, sem apoio/acompanhamento além das cargas horárias pré-estabelecidas, sem uma biblioteca acessível, sem o mínimo de segurança para que seus alunos se sintam à vontade para a realização dos mesmo em períodos extraclasse. Em nenhum aspecto, existe uma estrutura física/intelectual condizente com a proposta de ser uma faculdade de excelência. Cobrar sem prover os meios, é estúpido, cruel e inútil.
Porém, se o CES deseja ser uma instituição que busca pelo avanço através da experimentação, do pensamento fora da caixa, da liberdade dos processos de criação e fruição do pensamento, sem que isso seja de forma algum sinônimo da queda de qualidade dos requisitos técnicos da atividade de arquitetos/estudantes de arquitetura, os professores devem se portar de forma aberta a novas possibilidades. De nada adianta propor ateliês, ou formas mais conjuntas de aprendizado e criação se a proposta é mutilada e engessada pela maneira que se considera a mais adequada por uma minoria docente. Não há vanguarda sem liberdade. Pensar diferente não é errado, é construção.
Outro ponto a ser urgentemente considerado é a avaliação dos projetos apresentados, em algumas faculdades a apresentação da forma como utilizamos não é mais utilizada, se tornou obsoleta. Injusto é apresentar, defender e (tentar) discutir uma ideia de meses em alguns minutos. Em algumas faculdades, os alunos têm seus trabalhos expostos de forma democrática, e todos os professores deixam seus pareceres de forma escrita nos trabalhos. Isso é uma faculdade, não um show de talentos. Apresentar seu trabalho sem direito a tréplica, ou cortando apresentação é pífio, e gera avaliações dos produtos finais por muitas vezes errôneas, por falta de compreensão de um projeto acompanhado por meses, ou até mesmo por preguiça dos professores em desprender tempo ou a atenção necessária na avaliação.


Um profissional quando decide pisar em uma sala de aula, no papel de professor, deveria se comprometer com aspectos fundamentais que verdadeiros educadores e colaboradores se negariam sobre qualquer hipótese a abdicar. É INÁCEITAVEL! Inaceitável a forma desrespeitosa que alguns professores se comportam, desrespeitosa conosco, com eles mesmo, e com um dos mais dignos e fundamentais ofícios. Não são recentes casos de atrasos que consomem mais de metade de aulas por parte dos professores, estes, implacáveis com suas chamadas. Ausências constantes nas aulas que comprometem toda a dinâmica do conteúdo ali proposto a ser ministrado, avaliação de trabalhos sem a presença dos mesmo nos dias das apresentações, realmente as vezes é complicado entregar o que se pede, se não estão presentes para acompanhar, compreender para julgar, sem ouvir a proposta ou sem mesmo ler o que se foi entregue. Essa mesma avalição feita com critérios nada transparentes, extremamente subjetivos e entregues aos critérios extremamente baseados em apreço e opiniões pessoais.
A parcialidade grita, e ofende. O favorecimento de alguns, que por nenhuma razão é justificada, ridiculariza o todo, prejudica os outros e tira toda a credibilidade e admiração dos senhores que a praticam. Arguir que são casos isolados ou vitimismo é distribuir atestado de estupidez a todo os outros, a frequência com que ocorrem, não permitem fantasiar fatos.
Coroando o que beira o desastre, estamos à mercê de uma coordenação inócua, negligente, e aparentemente surda aos ditos dos alunos. Resiliente em prestar atenção no que acontece: perda de identificação dos alunos com a instituição, enfraquecimento dos elos entres alunos novatos e veteranos, afastamentos dos eventos acadêmicos, e desestimulação de grande parte do corpo discente... A situação é sintomática, venda-se os olhos a toda e qualquer insatisfação ou oposição aos ideais impostos, fecham-se meios de contato e comunicação não elogiosa entre as partes. Atitude coerente com a postura protetora - uma mão santa e materna que afaga as cabeças de seus filhos sem questionamento - por um corpo docente em sua maioria blindado, e acobertado pelo conchavo que se formou. Ora, é compreensível a pernisciosidade de se questionar o trabalho de amigos tão... tão próximos.
Queridos professores,
O processo de síntese do conhecimento deve ser mutuo e democrático na ambição de se formatar um corpo de alunos críticos, e não passivos a qualquer descarga de informações ou avaliações. A estruturação rígida imposta por uma relação completamente hierárquica entre alunos e professores fere, impede e desestimula o aprendizado. Projetemos, estudemos justos. Estimulem o debate, a troca de ideias, não estimulem a competição e a exacerbada importância a aspectos tão pequenos de um processo tão rico. E principalmente: honrem o compromisso com a seriedade que exige a atuação de um magistério e respeitem o tempo, o suor e o dinheiro das pessoas. Suas pequenas atitudes têm enormes efeitos nos mais variados aspectos de nossas vidas. Ninguém deveria tornar-se professor por vaidade.
Petulância não é gritar para cima, é ignorar o de baixo.
Desde já peço desculpas, a aqueles que de nada tem a ver com isso, e exercem de forma impecável o magistério e aguardamos abertos e ansiosos pelo diálogo.




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