Abaixo-assinado MOVIMENTO UNIVERSITÁRIO AFRODESCENDENTE RESPONSABILIDADE COM DIVERSIDADE
Nós, Docentes, Funcionários e Estudantes Afrodescendentes da UERJ, conhecedores do comprometimento intelectual e político do prof. Ricardo Vieralves com a diversidade e a pluralidade, elementos indispensáveis à universidade contemporânea, manifestamos apoio à sua reeleição à reitoria da UERJ.
Ao longo de sua trajetória acadêmica, Vieiralves tem se posicionado pela promoção da igualdade e no combate ao racismo, ampliando suas defesas ousadas em defesa dos grupos socialmente discriminados, como podemos citar em inúmeras atitudes como Reitor: Estímulo aos programas de permanência dos alunos provenientes do sistema de cotas (sejam afrodescendentes, oriundos de escolas públicas, deficientes físicos ou indígenas), Pioneirismo na defesa do direito de liberdade da manifestação de orientação sexual no espaço da universidade, sem destemor de perder apoio no momento eleitoral.
Na condição de sub-reitor de Extensão, há vinte anos atrás, Ricardo pode estimular institucionalmente eventos e atividades de valorização da cultura afro-brasileira, ao permitir que a UERJ estivesse ao lado das manifestações contra as Chacinas da Candelária e de Vigário Geral; ao oferecer as condições para que o Grupo Cultural AfroReggae prosperasse e crescesse, primeiro com o Jornal Cultural Afrobrasileiro e das Diásporas e depois como Organização Não-Governamental; na aproximação da UERJ dos projetos de movimentos populares através dos programas de extensão da época. Aliás, foi a partir desta época que a Universidade consolidou-se como a grande promotora de Extensão Universitária, reconhecida pela sociedade fluminense e por todo o meio acadêmico nacional,ou seja, pela sensibilidade de Vieiralves em perceber a importância da universidade em fazer-se presente nesses processos, e pela coincidência em haver alunos, ex-alunos, servidores e usuários dos serviços de extensão da universidade participando ativamente naqueles processos.
Pouco antes de tornar-se reitor, Ricardo assumiu a briga contra os setores conservadores da sociedade, abrigando a estátua de João Cândido, o “Almirante Negro” da Revolta da Chibata de 1910, no Museu da República, sede do mesmo governo que descumpriu o acordo estabelecido com os “revoltosos”, os quais apenas lutavam contra os maus tratos. Ricardo Vieralves, logo após a marinha ter se oposto à instalação da estátua de João Cândido na Praça XV, asilou-a nos jardins do Catete, criando as condições para que, em 2008, essa mesma estátua fosse definitivamente inaugurada pelo Presidente Lula em frente a Estação das Barcas do Rio, para que a imagem do Almirante Cândido ficasse próxima da Baía de Guanabara e do Arsenal de Marinha que amava e de cuja Instituição ainda se espera o seu reconhecimento como herói eternizado pela canção de Aldir Blanc e João Bosco. Com essa ação, simbolicamente, Vieralves "chibatava" a sede da primeira república (Palácio do Catete), contornava um impasse político (pôr a estátua em um espaço digno) e ganhava tempo para que João Cândido fosse colocado em reencontro com as águas da Guanabara. O Nome Ricardo reúne Responsabilidade, Inteligência, Comprometimento, Atitude, Respeito, Diversidade e acima de tudo Olhar para o futuro...
Poderíamos escrever o longo diário de intinerância das ousadias de Ricardo Vieralves, mas ao reconhecermos que pela primeira vez o gabinete da Reitoria foi ocupado por número expressivo de negros e negras em cargos em funções de confiança, antes da promulgação da Lei de Reserva de vagas para afrodescentes em cargos públicos, podemos afiançar nossos votos para que esta diversidade se amplie mais na gestão da UERJ, na certeza de que a Responsabilidade será necessariamente feita pela diversidade, com a pluralidade e com a abertura para uma maior participação dos segmentos socialmente discriminados, com os quais a UERJ certamente se afirmará no cenário acadêmico brasileiro.
No Ano Internacional do Afrodescendente, reeleger Ricacardo Vieiralves é aprimorar as ações (RE)afirmativas.
