CONTRA A DESTITUIÇÃO DE AMANDA CAVALCANTE FROTA DO CARGO DE COORDENADORIA GERAL DA RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE DA ESCOLA DE SAÚDE PÚBLICA DO CEARÁ
Para: Governo do Estado do Ceará, Escola de Saúde Pública do Ceará.
A Residência Integrada em Saúde da Escola de Saúde Pública do Ceará (RIS- ESP/CE), espaço que tem contribuído na consolidação de um Sistema Único de Saúde (SUS) e no projeto democrático e popular no Estado do Ceará, sofreu um duro golpe na manhã do dia 23 de março de 2018 quando a Coordenadora Geral deste Programa, Amanda Cavalcante Frota, figura histórica no processo de construção da RIS, foi destituída do cargo de forma arbitrária e sem transparência pela Superintendência desta Escola, na pessoa do Salustiano Gomes de Pinho Pessoa, sem justificativa plausível para os profissionais residentes e corpo docente.
Este caso se apresenta como mais um reflexo do atual cenário político vivenciado pela população brasileira e do modo como a saúde pública tem sido gestada e desmontada, tendo como consequência o enfraquecimento da democracia, o silenciamento e a perseguição político ideológica dos demais profissionais que compõem a RIS, incluindo corpo docentes e residentes em saúde. Os princípios e diretrizes do SUS e do Projeto Político Pedagógico da RIS-ESP/CE estão sendo desarticulados, precarizando à formação político-reflexiva, a atuação multiprofissional e a resistência ao modelo biomédico vigente.
A nossa indignação aumenta ao saber de que se trata da maior Residência Integrada em Saúde do Brasil e que a coletividade não foi representada e nem pactuada com tal decisão, ferindo a história de construção da RIS, cuja pessoa que capitaneou esse processo é retirada de maneira arbitrária.
Por isso, exigimos das instâncias da Escola de Saúde Pública do Ceará e do Governo do Estado do Ceará o retorno de Amanda Cavalcante Frota para o cargo de Coordenadora Geral e da preservação e fortalecimento do atual corpo docente, bem como da proposta político-pedagógica vigente na RIS.