Petição Pública Brasil Logotipo
Ver Abaixo-Assinado Apoie este Abaixo-Assinado. Assine e divulgue. O seu apoio é muito importante.

Abaixo-assinado Jogos dos Povos Indígenas internacionais na ilha do Marajó

Para: Ministério dos Esportes e Comitê Intertribal

Pedimos sua assinatura e apoio no sentido de sensibilizar a ong COMITÊ INTERTRIBAL estabelecido no Memorial dos Povos Indígenas, em Brasília-DF; e o Ministério dos Esportes para juntos estudarem a possibilidade de realizar os JOGOS DOS POVOS INDÍGENAS de 2012 na Amazônia Marajoara [confluência da Amazônia verde com a Amazônia azul]. Onde, por sua importância ecológica e paisagem cultural imemorial, poderá ocorrer a primeira versão internacional deste significativo evento de celebração esportiva e cultural, logo em seguida ao seminário mundial RIO+20.

Os JPI em Marajó poderão ter o sentido de um reencontro do Povo Marajoara com suas origens indígenas, contribuindo à redescoberta da identidade territorial e elevação da auto-estima da população para melhoria do IDH local. Existem no Brasil cerca de 220 diferentes povos indígenas que falam mais de 180 línguas, remanescentes do “rio Babel” na célebre expressão do “imperador da língua portuguesa” [o payaçu dos índios, Padre Antônio Vieira, segundo o poeta Fernando Pessoa]. Patrimônio humano ímpar que representa a maior diversidade cultural da América Latina.

Conforme recentes pesquisas, a ilha do Marajó foi berço da primeira cultura complexa da Amazônia. Por outra parte, a antropologia evidencia um intenso choque cultural na foz do rio Amazonas antes da presença dos europeus, entre 1300 e 1500; envolvendo povos indígenas vindos do Caribe e norte do continente em luta de resistência à ocupação ameríndia vinda do Nordeste e Centro-Oeste brasileiros.

O confronto entre nações indígenas foi agravado pela disputa colonizadora do “rio das amazonas” no contexto do tratado de Tordesilhas (1494) entre Espanha e Portugal. Atraindo ao cenário bélico nativo mercadores holandeses (1599), ingleses e franceses (1612), o que determinou a tomada do Maranhão (1615) e fundação de Belém do Pará (1616) pelos portugueses sob a União Ibérica (1580-1640). O desfecho desta história contou fundamentalmente com ajuda Tupinambá. E quando se fala do “bom selvagem” dos filósofos da revolução francesa (1789), deve-se ter em mente os bravos caraíbas da mítica Terra sem male: utopia tupi-guarani de um lugar sagrado onde não existe fome, trabalho escravo, doenças, velhice e morte... Para quem vem pelo caminho do Maranhão ao Pará o “porto do Sol” [Araquiçaua, foz do rio Arari, na ilha do Marajó fronteira à Ilha do Sol ou dos Tupinambás (Colares)] é a promessa da paisagem cultural de que o paraíso existe.

Todavia, uma tal conquista ideal custou rios de sangue e males infinitos. Ora, comparando a utopia dos índios com as metas do milênio pactuadas pelas Nações Unidas (ONU) nos damos conta de um feliz parentesco ideológico com certas motivações factíveis. A historiografia nacional tarda a incluir de forma conclusiva a fundamental participação indígena e afrodescendente. Mas, a história da Amazônia mostra um complexo e surpreendente processo de paz, entre 1656 e 1659, envolvendo índios, missionários e colonos na chamada pacificação dos Nheengaíbas para adoção da pax portuguesa e soberania do reino de Portugal celebrada no rio dos Mapuás (Breves, 27/08/1659). Como os fatos demonstram na criação das aldeias de Aricará (Melgaço) e Arucaru (Portel) as pazes entre etnias inimigas hereditárias realmente aconteceu à margem dos relatos fantasiosos barrocos e da crônica preconceituosa do século XVI amazônico, em pleno “front” da descida belicosa tupinambá pelo Baixo Tocantins para alcançar o Rio Pará e o Baixo Amazonas confrontada à rude defesa da confederação nuaruaque liderada pelo cacique Piié Mapuá.

É fato que uma população estimada de 50 mil “nheengaíbas” [Aruãs, Anajás, Mapuás, Cambocas, “Guianazes”, Mamaianás, Pixi-Pixis, etc.], dados como “extintos” por decreto cerca de 1820, seus descendentes se multiplicaram por dez até os dias de hoje sob a pele dos “caboclos”... Apesar do esquecimento forçado das línguas indígenas para uso exclusivo da língua geral e depois do português, da escravidão, das guerras, epidemias e do baixo IDH, a resistência marajoara ainda pulsa. E assim os JPI em Marajó poderão re-suscitar aquela paz de Mapuá para ser uma mensagem da resiliência amazônica a um mundo fatigado de guerras sem fim e crises sucessivas.




Qual a sua opinião?

O atual abaixo-assinado encontra-se alojado no site Petição Publica Brasil que disponibiliza um serviço público gratuito para todos os Brasileiros apoiarem as causas em que acreditam e criarem abaixos-assinados online. Caso tenha alguma questão ou sugestão para o autor do Abaixo-Assinado poderá fazê-lo através do seguinte link Contatar Autor
Já Assinaram
54 Pessoas

O seu apoio é muito importante. Apoie esta causa. Assine o Abaixo-Assinado.

Outros Abaixo-Assinados que podem interessar