Abaixo-assinado ESCOLA INTEGRAL
Para: Presidente da República Federativa do Brasil; Congresso Nacional do Brasil; Supremo Tribunal Federal
EDUCAÇÃO INTEGRAL JÁ! : CRIANÇA O DIA INTEIRO NA ESCOLA PARA APRENDER
Esta campanha começou com o baiano Anísio Teixeira há 80 anos. A escola integral para um povo pobre e vulnerável é urgente, não podemos ficar de braços cruzados. Gestores públicos construíram no Brasil esse modelo, e podemos citar alguns deles: Brizola; Collor de Melo; Darcy Ribeiro; Confúcio Moura; João Alves Filho( Sergipe) ; Marta Suplicy; Valter Aparecido Pegorer, entre outros. Infelizmente, a nossa cultura impossibilita avançarmos na implantação desse regime no país. É aquela velha história, foi o outro governo que fez, então, vamos criar outro programa ou ofuscar a idéia.
O Plano Nacional de Educação está sendo apreciado no Congresso e deverá ser aprovado em 2012. A propósito, com atraso de dois anos. Nesse plano, a educação integral será implantada ou em 50% das escolas públicas ou atingindo 25% dos alunos de toda a rede, doa em quem doer. O ensino já está praticamente universalizado, as nossas crianças e jovens têm à disposição escolas em número suficiente, mas o que buscamos, de fato, é a qualidade. O desafio é transformá-las em ambientes de desejo, de prazer e, acima de tudo, de qualidade. Não é uma utopia, o caminho é longo, mas é preciso pressa, os governantes têm que falar e fazer mais sobre isto.
O analfabetismo em Sergipe é de 16,98% (IBGE-2010). No IDEB, Aracaju é a capital com a pior média no 5º ano do Ensino Fundamental (3,6), e no 9º ano é a penúltima com 2,7. Não são dados de oposição, é do próprio governo, é necessário reagir. Não adianta apontar um único responsável, na verdade, somos todos nós. Claro que o governo detém a maior fatia de “culpa”, porém nós professores somos responsáveis não só por nós mesmos, mas também por todos aqueles que influenciamos. Por isso, precisamos estar sempre atualizados, possuir metodologias pedagógicas atrativas, e, evidentemente, de melhores salários. Os governos vêm investindo muito na carreira da polícia que atua na repressão social e na preservação do patrimônio público, deixando bem atrás o magistério que atua na prevenção e na formação de cidadão de bem.
A meritocracia nas escolas é positiva, pois enaltece a produção escolar (projetos e eventos educativos) e prepara os alunos para melhorar nas avaliações locais e regionais. A meu ver, não há o que temer, as melhores escolas serão premiadas, com remuneração a todos que atuam na escola, desde o vigilante aos professores. E as piores escolas, estas terão atenção especial do governo, serão motivadas, para que, no ano seguinte, melhorem e também possam ganhar o “bônus”.
Acho necessário criar algo semelhante ao exame da OAB para os profissionais do magistério, por que não? Sendo assim, estaremos provocando as faculdades, universidades, e os próprios alunos a melhorarem o seu desempenho nos cursos de licenciaturas. Nos estados do Ceará, São Paulo e Espírito Santo, foram iniciados processos mais aprimorados para a contratação dos professores, em que as provas acompanham programas de capacitação. Destaca-se que, esses estados são governados pelos seguintes partidos políticos: PSDB e PSB, o primeiro da oposição e o outro da situação.
O Brasil tem muito a aprender com os países que hoje são modelos em educação. Na Finlândia, Coréia do Sul, Irlanda e Chile, os estudantes passam o dia todo na escola – 9 horas, aqui, em geral, são 4 horas. Realizei uma pesquisa de aprendizagem de português e matemática em 26 escolas públicas de Aracaju (2011), entrevistei 58 professores do 5º ano, e há uma unanimidade entre os colegas: nossas crianças precisam de reforço escolar lúdico, isso é prioritário. Não é oficina de lazer, é reforço. O DIA INTEIRO PARA APRENDER. Não adianta apenas ampliar o tempo do aluno na escola, é preciso dar qualidade a ele.
Em Sergipe, só há três escolas em tempo
integral que atendem apenas o ensino médio. A prioridade agora é na base, no Fundamental. O governo federal criou o Programa Mais Educação, segundo muitos professores, um remendo na escola, para não falar mais. No Paraná, cidades que ADOTARAM NO FUNDAMENTAL, o aluno entra às 07h30min na escola e sai às 16h30min. Dessa forma, eles conseguiram sair de média 3,0 para 6,0 em apenas oito anos, isso é fantástico, é possível se fazer no Nordeste.
O Governador de Sergipe, Marcelo Déda, tem tempo para implantar o ensino integral no fundamental, com ajuda Federal e dos municípios parceiros. Pode-se citar como exemplo, um prefeito do interior de Pernambuco que procurou o governador para ajudá-lo na construção de uma grande escola em regime integral e conseguiu.
Professor Fernando Leite
Biólogo Sanitarista, Mestrando em Saúde e Ambiente pela UNIT
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