Abaixo-assinado Salvem os plurais!
Para: Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional
Os plurais, esses seres imateriais e tão necessários à harmonia das frases, estão sendo gradativamente abandonados à própria sorte no Brasil. Até mesmo um livro do Ministério da Educação (MEC) disse que é possível dizer “os livro”. Cada vez mais, os erros de linguagem, que fazem parte de determinados contextos, como a linguagem familiar, coloquial, de tribos, estão invadindo espaços da linguagem formal, aquela que ensina a escrever bem e a pensar organizadamente. Não é possível achar que construções como “as cadeiras” e “as caderas” sejam equivalentes do ponto de vista da eufonia, da sintaxe e até da variabilidade linguística.
Defender a língua materna, na sua correção e beleza, não é impor a linguagem da classe dominante, como querem fazer crer alguns linguistas, que são “retratistas” da linguagem. Em verdade, o acesso a um bom vocabulário, a uma forma mais elaborada de escrever, deve ser incentivado, e não como se está fazendo hoje, quando querem ensinar para os alunos que tanto faz dizer “menos coisas” ou “menas coisas”. Os bons modelos, tanto de ética, de valores, de solidariedade, são ainda o melhor exemplo e isso também vale para a escrita.
A língua é um patrimônio de todos e não de alguns sobre todos. Portanto, aprendê-la e usá-la corretamente é a melhor maneira de poder resistir a um reducionismo cultural degradante e o melhor caminho para apreender valores, conceitos e verdades, aquelas que enlevam e elevam o pensamento crítico e ajudam as pessoas a lutar por um mundo melhor e mais fraterno.
Salvemos os plurais, para que a última flor do Lácio seja sempre culta e bela.