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Manifestação dos pais dos alunos do Lycee Français de Brasília à Direção da Escola

Para: [email protected]

Prezados membros da Direção do Lycée Français François Mitterrand,


No momento em que importantes decisões sobre a estrutura da escola e, consequentemente, sobre a vida escolar de nossos filhos no próximo ano letivo precisam ser tomadas, nós, pais de alunos abaixo assinados, como maiores interessados, vimos, respeitosamente, expor as nossas angústias, dúvidas e aspirações sobre a matéria, apontando os pontos de maior preocupação de grande parte dos pais.

Inicialmente, lembramos que, em 2018, nesta mesma época, os pais de alunos foram informados sobre a má situação financeira da escola e instados a manifestar-se e decidir sobre o que fazer para enfrentar o problema exposto.

Àquela época, para solucionar a questão, após votação apertada, decidiu-se por aumento das mensalidades para todos os alunos desde a pré-escola até o lycée, de tal forma que, a partir deste ano letivo e nos anos subsequentes, fosse progressivamente igualada a anuidade de todos, não importando o nível em que estivessem.

Ao fim e ao cabo, como é do conhecimento geral, a parte mais significativa da conta recaiu sobre os alunos do ciclo Élementaire, com majoração que chegou a mais de 40% sobre o valor da mensalidade.
Ainda assim, os problemas financeiros da escola remanescem. Fomos recentemente informados pelo nosso representante nas reuniões do Conselho da Escola que a solução aventada para reduzir custos passará pela redução do número de turmas e o fechamento de um posto de professor do primário.

Para o ano letivo 2019/2020 o número médio de alunos por classe passará de 22 para 28 (sem considerar a possibilidade de inscrição de novos alunos no curso do ano letivo), com a reunião de grupos do CP e do CE1, bem como do CE1 e do CE2 existentes e pela formação de turmas mistas com alunos de níveis escolares diferentes.

Sobre a reunião de turmas heterogêneas, não há consenso entre os pais, ainda que o fato preocupe boa parte. Isso porque os desafios que a situação impõe aos professores e alunos não estão desvinculados da questão do excesso de alunos em cada sala e das dificuldades inerentes à alfabetização em língua não materna. Ainda mais quando critérios financeiros parecem se sobrepor aqueles de cunho pedagógico.

No ano passado, o então Diretor do Primário afirmava que a AEFE seria contra turmas com mais de 25 de alunos. Sabe-se, também, que, na escola pública francesa, a média de alunos por sala de aula no ciclo elementar não passa de 23,3 (rentrée 2018). Ver https://www.ouest-france.fr/education/rentree-scolaire/les-chiffres-cles-de-la-rentree-scolaire-2018-2019-5941226.

Segundo o “Le Figaro”, publicado em 22 de abril de 2019, o Presidente Francês, Emmanuel Macron, possui por meta reduzir, até o fim do seu mandato, a, no máximo, 24 alunos por sala o teto superior de alunos do GS, do CP e do CE1 na escola pública francesa. No caso das comunidades menos favorecidas, o número máximo de alunos pretendido será de doze alunos, como forma de favorecer o desempenho escolar dos alunos dessas regiões, que, embora francófonos, enfrentam dificuldades.

Esses últimos elementos demonstram que alunos com dificuldades, de qualquer natureza, demandam maior atenção dos professores. No caso da nossa escola, que não é pública, as maiores dificuldades não estão no plano financeiro, mas no fato de que boa parte não é francófona e está sendo alfabetizada em língua não materna.

Nós, pais dos alunos do Élementaire, suportamos os maiores impactos, resultante dos maiores aumentos nos valores das mensalidades.

Considerando a conjuntura do país à época da adoção de tal medida, lembramos que estávamos vivendo um dos piores períodos de crise econômica, e, considerando, com isso, que a maioria dos pais estava com os seus salários congelados, suportar tal aumento era o voto de confiança dado à escola, reconhecendo o drama da problemática orçamentária. E que, ao suportar tal sacrifício, estaríamos entoando esse voto de confiança como sendo medida última à solução definitiva quanto a regularidade das questões mais relevantes à escola.

Vê-se que mesmo suportando tais medidas, o assunto não foi superado. E ao que nos chega agora, a adoção de outra solução ainda mais radical, está na iminência de ser tomada.

Os fatos mostram que vivemos uma situação limítrofe. Estamos angustiados com o futuro da escola que escolhemos para nossos filhos e os professores se mostram aflitos e temerosos com desenrolar do próximo ano letivo e com a continuidade dos projetos hoje em curso.

Nossa grande preocupação é que, em uma análise rasa, mais uma vez suportaremos os erros passados da Escola, sob o ponto de vista de gestão orçamentária. Só que dessa vez o que está em discussão é a afetação direta na qualidade do ensino oferecido às crianças.

Buscamos neste manifesto, reduzido a um abaixo assinado, que a Direção da Escola assim como a AEFE reconheça a grande preocupação dos pais dos alunos do Lycée com a manutenção da qualidade do ensino e dos já grandes sacrifícios suportados. Além disso, desejamos que tomem conhecimento de nossa reivindicação quanto a manutenção das 18 turmas no primário.

Solicitamos, ainda, que a Direção do Lycée dê ciência a toda comunidade escolar das decisões tomadas nas reuniões colegiadas, primando pelo diálogo, pela transparência e pelo fortalecimento da aliança educativa, sobretudo no que se refere a composição das turmas, distribuição dos professores e alunos e dos critérios adotados para este fim, sejam eles pedagógicos, logísticos ou financeiros.

Reforçamos, ainda, a urgência de que as informações sejam transmitidas às famílias antes do final do letivo para que não sejamos surpreendidos no período de férias escolares e não tenhamos a quem recorrer e para possamos decidir sobre a permanência (ou não) de nossos filhos na escola.

Finalmente, propomos que as medidas que possam impactar diretamente na educação oferecida a nossos filhos sejam deliberadas coletivamente e que soluções alternativas seja encontradas para a manutenção da qualidade do ensino e das relações.


Brasília, 13 de junho de 2019.

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Pais dos alunos do Lycée Français François Mitterand





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