Tratamento Precoce
Para: Médicos
Em janeiro, um mês antes do colapso no sistema de saúde causado pela explosão de casos de Covid-19, a prefeitura de Chapecó anunciou reforço do ‘tratamento precoce’ como medida de combate à pandemia. O kit de medicamentos, que contém cloroquina e ivermectina, é considerado polêmico porque não tem comprovação de eficácia contra o coronavírus e, de acordo com relatos médicos, pode levar os pacientes a terem complicações.
?> Prefeitura de Chapecó diz que não forçou tratamento precoce e não segue “ideologias”?
O protocolo (*) foi uma das primeiras ações de governo do prefeito João Rodrigues (PSD), que assumiu o cargo na virada de ano. Foi estabelecido no dia 4 de janeiro, três dias após a posse, mesmo período em que foi emitido o decreto que flexibilizou regramentos e ampliou o horário de funcionamento para atividades não essenciais.
O polêmico tratamento precoce já era oferecido na cidade. Mas o prefeito avisou que a ação seria reforçada, ainda na posse. Em um texto publicado no site da prefeitura, João Rodrigues falou em ‘resistência’ de alguns médicos em aderir ao protocolo.
?> Médicos relatam complicações em pacientes que usaram ‘tratamento precoce’ para Covid em SC?
- Estamos perdendo conhecidos, amigos, familiares, pessoas conhecidas na cidade e eu não vou ficar esperando. A partir de segunda-feira teremos um protocolo para tratamento precoce. Não faltou boa vontade mas há resistência de alguns. O vírus não tem partido – afirmou, na época.
?> Com distribuição de ivermectina, Itajaí tem a maior letalidade por Covid-19 entre grandes cidades de SC?
?> Natalia Pasternak: coquetel de medicamentos com ivermectina é baseado em medicina fantasiosa?
O município informou que até receitas de médicos da rede privada seriam aceitas na distribuição de remédios pelo município.
"Não faz mal"
À coluna , o prefeito disse nesta terça-feira (16) que avalia positivamente o protocolo estabelecido no início do mandato:
- O tratamento precoce não causa mal ao cidadão. O que pode é diminuir os efeitos de algo mais grave. Não foram todos os médicos que adotaram, é uma questão do profissional, é um direito que o médico tem e eu não posso impor isso, mas nós solicitamos que todos adotassem. No Brasil inteiro tem dado certo. Temos centenas de depoimentos de empresas em que os funcionários estavam apresentando alguns sintomas e deu resultado. Não tenho dúvida nenhuma de que é o melhor caminho.