Manifesto | museUmbanda
Para: À sociedade brasileira e mundial
museUmbanda: Território de registro, proteção, cultura e resistência da religião afro-brasileira
Pelo dicionário, território consiste em grande extensão de terra delimitada. Contudo, na prática, inúmeras são as verdadeiras aplicações da palavra. A Umbanda, religião de matrizes afro-indígenas e cristãs, teve um momento impotente para sua história em 15 de novembro de 1908, na cidade de São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro e, desde então, ocupa novos territórios Brasil afora. De maneira física, sim, contudo, enfrentando barreiras impostas pela demonização quando o assunto é respeito e reconhecimento.
Principalmente com o avanço do neopentecostalismo, que reitera o repúdio às religiões afro-brasileiras, a perseguição à Umbanda segue com a característica de uma sociedade com fundamentação euro cristã: a presença de racismo religioso estrutural - e também institucional.
Portanto, como uma reparação de dívida histórica - à cidade de São Gonçalo, que perdeu a estrutura física de uma casa importante para a religião, à Umbanda e à herança afro-indígena em solos brasileiros -, o museUmbanda é o território de preservação, educação, registro e história da fé que possui um gigante legado dos povos originários do país, além de uma forte – e inegável – presença bantu.
É muito mais do que uma estrutura física, é, na verdade, um espaço para o resgate da Umbanda e das matrizes africanas, indígenas e de inúmeras outras culturas que se fundiram para que o Brasil se estruturasse e conquistasse a pluralidade étnica que possui.
Se de uma maneira literal, território consiste em grande extensão de terra delimitada, para o museUmbanda representa a busca pelo respeito, pelo reconhecimento e pela memória.
Eu acredito neste propósito.