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Retorno das aulas do CAP-UERJ

Para: Alunos, Familiares, Diretoria do Cap-UERJ, Reitor da Universidade do Estado Do Rio De Janeiro

O CAP/UERJ (Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira) interrompeu as atividades de aula em março de 2020 devido a pandemia COVID-19. Só houve início das aulas síncronas e assíncronas em setembro de 2020. Os pais aqui abaixo-assinados tem inúmeras críticas a forma como o ensino virtual tem sido oferecido pela escola. Desde o início das aulas virtuais, foram feitas reclamações e solicitações individuais e coletivas mas a direção do CAP/UERJ é impermeável as demandas. Não toma atitudes para garantir a educação de qualidade que nossos filhos têm direito. A escola não é transparente e tem diálogo precário com os pais.

Por esses motivos, nós, responsáveis por crianças e adolescentes dos 3 segmentos do ensino (fundamental I, II e ensino médio), vimos por meio desta, novamente, listar e justificar nossas críticas e em seguida indicar quais as mudanças pleiteadas.

Críticas ao formato das atividades síncronas e assíncronas:

A) Baixa oferta de aulas síncronas. Citamos a seguir exemplos de baixa oferta em 2 anos de escolaridade, mas que fique claro que o mesmo padrão ocorre em todos os anos e todas as turmas.
Ex. 1. Desde julho de 2021 os alunos do 4º ano do ensino fundamental tem somente oferta de 3 atividades semanais de 1h10min para cobrir todo o conteúdo de matemática, português, história, geografia e ciências. Além dessa atividade síncrona, há 1 atividade síncrona de1h10min de teatro ou música ou clube de leitura ou educação física (sobre essas atividades, denominadas como DEFA + clube de leitura, de acordo com o cronograma, serão ofertadas entre julho e dezembro de 2021 apenas: 5 aulas síncronas de clube de leitura, 6 aulas de música, 4 aulas de artes, 4 aulas de educação física e 4 aulas de teatro.) Chegamos ao absurdo de hoje (07/10/2021), só terem tido 2 aulas síncronas de clube de leitura, sendo que o ano letivo teve início em 19/07/2021.
Ex. 2. No 2º ano do ensino médio, as turmas têm 1 tempo de 50 min de atividade síncrona por disciplina por semana. Este número é muito inferior ao previsto na grade curricular. Por ex. na disciplina de matemática, estão previstos 5 tempos por semana na grade original, usada para as aulas presenciais antes da pandemia. Atualmente, as turmas têm oferta de somente 1 tempo de atividade síncrona por semana. 1/5 do previsto.

B) Atraso no conteúdo oferecido aos estudantes.
As baixa frequência de atividades síncronas torna impossível que os conteúdos previstos na ementa da escola sejam cumpridos. Assim, há um enorme passivo no conteúdo de várias disciplinas.
Ex. Um caso extremo é o exemplo a seguir, de matemática. Na comparação com a ementa da disciplina, disponível no site do CAP/UERJ, identificamos, em julho de 2021, ou seja, no início do 2o ano do ensino médio, o seguinte passivo de conteúdo em matemática no 1º ano do EM:
Trigonometria: TODO o conteúdo (círculo trigonométrico, função seno, co-seno, tangente, co-tangente, outras funções trigonométricas, as relações trigonométricas, funções trigonométricas, equações trigonométricas, inequações trigonométricas, etc.).
Álgebra: Funções de vários graus, função modular, função exponencial, função logarítmica (log e ln). Equações e Inequações, etc.
Ou seja, durante o 1º ano EM foi abordado somente cerca de 40% do conteúdo programático previsto na ementa de matemática do CAP durante as atividades síncronas e assíncronas somadas.
Particularmente, cabe enfatizar e registrar que durante a reunião entre pais e professores realizada próximo do final do ano letivo de 2020 (março de 2021), os representantes do núcleo pedagógico (NAPE) ficaram encarregados de levar esta questão e outras apontadas pelos responsáveis ao Conselho Diretor do CAP. O descontentamento com a deficiência no conteúdo programático foi amplamente abordado e reclamado, desde então. Informamos ainda que, apesar de todas as formas de contato citadas acima, na primeira aula do ano letivo de 2021, em julho de 2021, o professor de matemática atual de algumas turmas do 2º Ano do ensino médio, ao ser interpelado pelos alunos sobre esse passivo, informou que desconhecia este déficit de matemática e que seguiria com o seu conteúdo normal. Ao final de agosto os pais do 2º ano do ensino médio enviaram outra carta detalhada ao NAPE e a Direção mas até a presente data, nada mudou.

C) Ausência de supervisão dos professores para a realização de atividades assíncronas.
As atividades assíncronas não têm nenhum acompanhamento dos professores. Assim, a responsabilidade foi totalmente transferida pela escola para os responsáveis, sem critério e sem pensar nas condições sociais, intelectuais e didáticas para isso, além de sobrecarregar os responsáveis que já retornaram desde o início do ano ao trabalho em carga horária integral, acumulando assim também a tarefa de professores, que é dever da escola. Nos anos iniciais (ensino fundamental I) essa ausência de apoio escolar é particularmente preocupante dada a baixa autonomia das crianças.

D) Criação de um abismo educacional entre crianças do mesmo ano de escolaridade.
Devido ao atraso nos conteúdos, parte dos responsáveis têm contratado professores particulares ou inscrito os filhos em cursinhos. Não há como criticar os pais por procurarem fora da escola o que esta não está oferecendo. Contudo, uma vez que parte significativa dos responsáveis não têm condições financeiras para tal, a omissão da escola gera um abismo educacional entre as crianças, o qual vai ficar mais cada vez mais evidente e difícil de ser resolvido, caso não seja minimizado com o retorno presencial híbrido imediato ou aumento de encontros síncronos e acompanhamento dos professores para atividades assincronas.

E) Artificial contabilização de horas de atividade diária.
Atualmente a escola contabiliza 6h aula de atividades diárias dos alunos. Como demonstrado por pesquisa feita pela associação de pais e professores do CAP (APP), principalmente para o ensino fundamental I e II, esta contagem é artificial, sendo contabilizadas até mesmo o dobro das horas ocupadas por atividades síncronas e assíncronas somadas em vários dos anos de escolaridade. Essa estratégia da escola traz grande prejuízo aos alunos, uma vez que, ao serem contabilizadas essas horas não cumpridas, estas são subtraídas do número de horas mínimo que a escola tem que cumprir por determinação da lei.

Pleitos dos responsáveis:

*Discussão e divulgação de um plano de retorno presencial. Apesar de todo o quadro de professores e demais funcionários já terem tido acesso a 2 doses de vacina anti-COVID e de todas as crianças acima de 12 anos também já terem tido acesso a 1ª dose ou a dose única; apesar do cenário positivo de decaimento de internações e óbitos; apesar de as escolas particulares e públicas já terem retornado ou estarem retornando as aulas presenciais; apesar do impacto negativo desse longo período de aulas virtuais na saúde mental das crianças e adolescentes, como amplamente demonstrado por estudos científicos e divulgado na mídia, não há nenhum plano de retorno as aulas presenciais para o CAP/UERJ. Há comentários de retorno presencial em fevereiro de 2022 mas não há nenhum documento oficial e descritivo. Apesar das divergências de opiniões que podem ocorrer sobre o afrouxamento ou manutenção do isolamento, bem como, sobre a modalidade atual e futura de ensino durante a pandemia, todos que estão assinando a presente carta IMPÕEM uma resposta efetiva do CAP/UERJ, pois estamos atuando como representantes dos nossos filhos e temos direito a informações e ideias claras, transparentes e céleres, através de todos os meios e de forma independente.

*Retorno das aulas presenciais ou de forma híbrida, ainda em 2021. Tendo conhecimento que a nova sede da escola tem as obras parcialmente concluídas, sugerimos um retorno flexível em novembro de 2021. 1 a 2 vezes por semana por ano de escolaridade, nas salas de aulas que já estão prontas. Este retorno será essencial e positivo em muitos diferentes níveis: Será o 1º contato presencial com os professores e com outros alunos o que fará com que se sintam acolhidos pela escola de alguma forma. Levando em consideração o impacto negativo desse longo período de aulas virtuais na saúde mental das crianças e adolescentes, como amplamente demonstrado por estudos científicos e divulgado na mídia, o retorno presencial será essencial para a melhora desse quadro, o que potencialmente refletirá no rendimento dos alunos nas demais atividades virtuais. Finalmente, há muito que grande parte dos responsáveis retornou as trabalho presencial, tendo grande dificuldade em se organizar para manter as crianças em casa. O retorno a escola, mesmo que parcial será importante também para os pais, que sabem que os filhos estão em segurança na escola.

*Aumento imediato do tempo e quantidade de aulas síncronas. Entendemos que não é possível o retorno presencial total de forma imediata. Desta forma, além do retorno híbrido sugerido acima, reiteramos que, como solicitado várias vezes a escola, haja aumento imediato de atividades síncronas para os diferentes anos de escolaridade. A UERJ oferece tablets e chips de dados para os alunos que necessitam de ajuda nos diferentes anos de escolaridade, o que torna nosso pleito perfeitamente viável.

*Reposição das aulas canceladas devido à paralisações ou outros eventos que comprometam o tempo de hora/aula do planejamento. Damos apoio aos professores e demais funcionários do CAP/UERJ em seus pleitos junto ao governo do estado e a ALERJ, contudo, nossos filhos já foram excessivamente prejudicados pelo atraso na implantação das aulas virtuais pela UERJ e pela atitude do CAP em insistir em oferecer carga horária muito inferior aquela prevista para ocorrer caso as aulas fossem presenciais. Assim é nosso direito requerer que, para evitar piora na educação dos nossos filhos, reposição das aulas perdidas.

*Disponibilidade dos professores para orientação das tarefas assincronas durante o tempo que estariam em aula presencial. Além da correção das atividades assíncronas. Uma vez que a escola optou por oferecer parte significativa das atividades de forma assíncrona, requisitamos assistência dos professores para a realização das tarefas nos horários em que as crianças deveriam estar em sala de aula. Essa assistência é absolutamente necessária e a escola tem tido omissa em não oferece-la. A responsabilidade do ensino, que é dever da escola, foi transferida pela escola para os responsáveis, sem critério e sem pensar nas condições sociais, intelectuais e didáticas para isso, e na sobrecarrega imposta aos responsáveis que já retornaram ao trabalho, e que acumulam a tarefa dos professores. Nos anos iniciais (ensino fundamental I) essa ausência de apoio escolar é particularmente preocupante dada a baixa autonomia das crianças.

*Transparência da Instituição, das coordenações e dos professores em relação ao que é solicitado e aos planejamentos de ações da escola. Como dito acima, os pais não têm acesso a nenhum plano de retorno as aulas presenciais, o que é um absurdo, uma vez que as demais escolas públicas e privadas ou já retornaram ou estão retornando as atividades presenciais. A escola não nos informa quando há problemas nos contratos de professores substitutos, de forma que repetidamente somos surpreendidos ao descobrir que nossos filhos não terão aulas de alguma disciplina. Também não nos informam de previsões para regularização. Inúmeras vezes enviamos e-mails com solicitações de informações ou com demandas específicas e não somos sequer respondidos. Esse drama de comunicação não é reflexo da pandemia. O CAP sempre foi deficiente em acatar as demandas dos responsáveis e falho na comunicação. Frequentemente as reuniões com os pais nem mesmo dão direito a fala para os pais, são somente informes dados pela escola, rem direito a réplica.


Diante do exposto acima, essa Comissão, organizada pelos responsáveis de alunos do CAP/UERJ, que assinam abaixo, vem por meio desta carta solicitar uma reunião com o Magnífico Reitor da UERJ e a Direção do CAP para que sejamos não somente ouvidos mas para termos nossos pleitos considerados com seriedade.

Pedimos ajuda para encontrar uma solução para que a qualidade da educação que buscamos para nossos filhos no CAP/UERJ não seja comprometida, assim como a saúde mental das crianças, adolescente e responsáveis também seja preservada, mesmo diante deste cenário que já se arrasta há um ano e meio.

Nós responsáveis precisamos de ajuda. Da imprensa, do MP e da Defensoria Pública. Assim, informamos que, além desse apelo à Universidade do Estado do Rio de Janeiro e ao seu Colégio de Aplicação, demos entrada também no MPRJ e na DPERJ e iremos procurar a imprensa.




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