Manifesto de 7 de setembro no Flipoços
Para: Aos brasileiros, dos Autores do Flipoços 2022
MANIFESTO DOS AUTORES DO FLIPOÇOS - 2022
Celebramos hoje o Dia da Independência, data cívica que foi transformada por alguns num movimento contra a liberdade, justamente aquilo que a independência veio nos oferecer.
Liberdade de viver sem opressão.
Liberdade de expressão, sem censura, sem coação, sem patrulhamento.
Liberdade de exercício da opinião, do voto, de imprensa, da opção sexual, das manifestações políticas e sociais individuais e de grupos.
Liberdade de sermos, enfim, brasileiros na plenitude de seus direitos e possibilidades, como indivíduos e como nação.
É o momento em que sentimos a necessidade de convidar todos os autores aqui reunidos, e a grande comunidade desta festa, a realizar um manifesto: pela liberdade, pela igualdade, pela democracia, pela justiça social, pela tolerância e pela diversidade.
É fácil utilizar a democracia e a liberdade para atacar a própria democracia e a liberdade. Difícil, como sabem os mais velhos, é sair de uma ditadura. Por isso, a liberdade tem de ser valorizada, protegida, defendida.
O passado, nunca mais.
O Brasil é o país das diferenças, que vêm da sua formação colonial, mesclando o indígena, o africano, o europeu, o asiático. Tornou-se o país das desigualdades, vindas do genocídio indígena, do escravismo, do preconceito, da discriminação e da concentração de renda, que criaram um enorme abismo social.
Porém, é justamente com esse passado que aprendemos e por causa dele que mudamos.
Decidimos ser diferentes. Decidimos pela liberdade, pela igualdade, pela democracia, pela justiça social, pela tolerância, pelo respeito à diversidade. Esse é o Brasil que escolhemos ser. E ainda está em construção.
Está na Constituição: o brasileiro não distingue cor, credo, raça. Todos somos livres para ser o que somos e mais: temos direito a saúde e à educação, base da igualdade de oportunidades e da democracia, que nos permite desfrutar da liberdade na sua plenitude.
A Independência do Brasil é mais do que uma data histórica. Ela nos lembra como nos tornamos livres.
Construímos no Brasil um exemplo de mudança, sem igual no mundo, onde a igualdade pode respeitar as diferenças, para que os indivíduos possam ser valorizados, se desenvolver de forma plena e ao mesmo tempo avançarmos como sociedade.
O Brasil contemporâneo criou uma tradição de igualdade, com um exemplo para o mundo de defesa das comunidades indígenas. Criou leis importantes para preservar a natureza e encontrar o equilíbrio que leva ao desenvolvimento sustentável. É também um país pacífico e aberto ao diálogo internacional. Sabemos, acima de tudo, que somente a liberdade, dentro de uma sociedade democrática, resolve os desafios e traz mais harmonia.
A liberdade, que leva à democracia e à igualdade, está no nosso sangue – europeu, indígena, africano, asiático. Está nas aspirações de todas as classes sociais e nos dá, a todos, a possibilidade de melhorar de vida, com igualdade de oportunidades, sem desrespeitar identidades comunitárias.
Para isso, é essencial a educação, que permite a igualdade de oportunidades, essencial à democracia. E nos orgulhamos de contribuir com o livro, pilar fundamental da educação e da cultura, sobre as quais se estabelece uma Nação livre e desenvolvida.
Porque com educação e cultura criamos valor; com educação e cultura, até um país pequeno pode se tornar grande; sem educação e cultura, e sem o livro, mesmo um país grande pode ficar pequeno.
Nós temos nos esquecido do que nos une. Nossa aversão justamente à obediência, sobretudo a governos despóticos, populistas ou demagógicos, por vezes nos dispersa.
Em tempos de radicalismo e acirramento das dis- políticas, que refletem as dificuldades econômico-sociais, temos de lembrar o que nos une e faz do Brasil nossa casa, o futuro de nossos filhos, e o país de todos os brasileiros, sem exceção, base de uma só grande nação.
Para isso, antes e mais nada, é preciso defender a liberdade, como está no Hino da Independência, feito por Dom Pedro I, após proclamá-la, há exatos 200 anos.
Viva o Brasil livre!
