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MANIFESTO DO MOVIMENTO HUMANISTA-TRANSPESSOAL PARA O SEGUNDO TURNO DAS ELEIÇÕES 2022

Para: Pessoas ligadas à Psicologia Humanista, Psicologia Transpessoal, Transdisciplinaridade

Considerando o imperativo deontológico imposto aos profissionais do cuidado, sobretudo aos psicólogos, cujo CÓDIGO DE ÉTICA lhes impõe a necessidade de realizar uma avaliação crítica dos contextos em que estão inseridos, uma vez que estão comprometidos com o desenvolvimento humano;

Considerando o “MOVIMENTO DO POTENCIAL HUMANO”, como marco fundante das Psicologias Humanistas e Transpessoais, o qual promoveu importante crítica às sociedades que fomentam ações beligerantes, fascistas e promotoras de sofrimento psíquico;

Considerando que os fundamentos epistemológicos da Psicologia Transpessoal se assentam em pressupostos transdisciplinares e que esses, conforme determinações da UNESCO, materializados na DECLARAÇÃO DE VENEZA e, sobretudo, na CARTA DA TRANSDISCIPLINARIDADE, enfatizam a necessidade de “respeito à diversidade, diálogo, tolerância e abertura”;

Considerando que as teorias das Psicologias Transpessoais objetivam a autotranscendência, a expansão da consciência e o cultivo do bem-viver e de uma espiritualidade comprometida com a ética, a justiça, a solidariedade e o cuidado com a Terra e todas as formas de vida;
Considerando que o sofrimento psíquico continuado, imposto à sociedade brasileira nos últimos quatro anos, se materializa num grave quadro de alienação aliado ao uso perigoso do discurso político-religioso, o qual ameaça a laicidade do Estado e a democracia, e podem ter perpetuação numa eventual nova gestão do atual governo que enfatiza: o negacionismo, o economicismo, o fundamentalismo, o totalitarismo, a polarização, a discriminação e a intolerância.

Considerando o contexto pandêmico, é estarrecedor constatar o desempenho do atual governo. A troca de ministros com alinhamento contrário à OMS, o fraudulento "tratamento precoce" como política pública e as falhas em comprar vacinas incidem sobre o percentual de 700 mil mortos no Brasil.
Considerando que, após ficar quatro anos fora do Mapa da Fome das Nações Unidas, entre 2014 e 2018, o país voltou a ver essa chaga histórica atingir sua população. O relatório "O Estado da Segurança Alimentar e Nutrição no Mundo 2020" (Stateof Food Security and Nutrition - SOFI) apontou aumento de 37,5 milhões para 43,1 milhões, em 2019, da população brasileira afetada pela insegurança alimentar aguda e moderada. E quase 15 milhões de pessoas em 2020, ou seja, 6,6% da população.

Considerando que o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) destaca que os negros foram as maiores vítimas de policiais — correspondem a 78,9% das 6.416 pessoas mortas por policiais em 2020. O número de mortos por agentes de segurança aumentou em 18 das 27 unidades da federação, espraiando a violência policial em todas as regiões do país. A ampliação do acesso a armas de fogo, implementadas no atual governo, o recrudescimento da violência no campo e o crescimento de mortes por policiais sem controle efetivos estão entre as causas de mortes por causa indeterminada entre 2018 e 2019, segundo o Atlas da Violência. O negro tem 2,6 vezes mais chance de ser assassinado no Brasil do que outras pessoas. Campeão mundial de crimes contra minorias sexuais, o Brasil abriga mais de metade das pessoas LGBTQI+ mortas no mundo.

Considerando que, no tocante aos Povos Originários, a Associação a qual congrega servidores da Funai, a Indigenistas Associados (INA) e o Instituto de Estudos Socioeconômicos (INESC) publicizaram, em fatos e números, um dossiê de mais de 200 páginas, em junho de 2022, sobre o desmonte da instituição neste atual governo. Nenhum centímetro de terra indígena foi demarcado nos últimos quatro anos.

Considerando que os cortes na saúde foram drásticos: 60% dos recursos para o Farmácia Popular no orçamento para 2023. Derrubando a verba para os medicamentos gratuitos de R$ 2,04 bilhões (orçamento de 2022) para R$ 804 milhões no projeto de 2023, enviado ao Congresso. O combate ao câncer foi comprometido com 45% de redução orçamentária em relação à 2022. Recursos da Rede de Atenção à Pessoa com Doenças Crônicas – Oncologia, braço do Ministério da Saúde, que atua na prevenção e controle do câncer, foram também cortados.

Considerando a situação dramática na educação, cujos cortes chegam à casa dos 95%, de acordo com Sindicado dos Professores do DF. Enquanto foram reservados, em 2022, R$ 38,7 bilhões para emendas parlamentares, o maior valor já registrado. Desses, 1,1 bilhão foram movidos do Ministério da Educação (MEC). É preciso dizer que, com isso, foram comprometidos, entre outros, a educação básica e a merenda escolar. O último reajuste das verbas federais para merenda escolar aconteceu em 2017, a despeito da contínua disparada dos preços dos alimentos. As universidades têm perdido anualmente, desde 2019, um acumulado de 25% dos orçamentos das instituições, segundo a ANDIFES. As instituições federais já têm enfrentado grande dificuldade para não comprometer o funcionamento das atividades, por isso o corte causará ainda mais prejuízos para a pesquisa, extensão, assistência estudantil e manutenção dos campi.

Considerando por fim, a gravíssima ameaça feita pelo grupo político do atual presidente e candidato, em alterar a composição do Supremo Tribunal Federal (STF), o que claramente criará precedentes para instituição de um modelo de Estado totalitário, a exemplo de outros países que tiveram suas democracias corrompidas por esse processo, como, Rússia, Hungria, Venezuela, entre outros;

Entendemos que as escolhas políticas são de foro íntimo, respeitamos e valorizamos a autonomia de tais processos; entretanto entendemos também ser nossa obrigação, fruto de um compromisso social inalienável, o qual emana de nossas posturas como promotores de saúde e educação, seja por ações formativas, investigativas (científicas) e/ou curativas, manifestar nosso posicionamento público, a fim de promover reflexão junto à categoria profissional.

Portanto, cientes de nossas responsabilidades como formadores, terapeutas e pesquisadores do campo, SOMOS CONTRÁRIOS À REELEIÇÃO DO ATUAL PRESIDENTE, a qual se coaduna com a manutenção do extremismo, discriminação, fomento a violência e atenta contra a democracia e os direitos humanos, dos animais e da natureza, incompatíveis com as perspectivas humanista e transpessoal. Assinam:

Aurino Lima Ferreira - Associação Brasileira de Pesquisa e Ensino em Psicologia Transpessoal (ABRAPET)

Marlos Alves Bezerra - Associação Brasileira de Pesquisa e Ensino em Psicologia Transpessoal (ABRAPET)

Márcia Tabone - Instituto de Psicologia e Práticas Transpessoais (IPPT)

Nazilda Coelho dos Santos Silva - Rede Nordestina de Psicologia Transpessoal (RNPT)

Sidney Carlos Rocha da Silva - Associação Pernambucana de Psicologia Transpessoal (APPT)

Djailton Pereira Cunha - Associação Pernambucana de Psicologia Transpessoal (APPT)

Luiz Eduardo Valiengo Berni - Ateliê de Pesquisa Transdisciplinar - Centro Paulista de Diversidade Epistemológica (APTD- CPDE)

Alfredo dos Santos Junior - Ateliê de Pesquisa Transdisciplinar - Centro Paulista de Diversidade Epistemológica (APTD - CPDE)

Geórgia Sibele Nogueira da Silva - Laboratório de Estudos em Tanatologia e Humanização das Práticas em Saúde - Universidade Federal do Rio Grande do Norte (LETHS - UFRN)

Débora Cristina Diógenes - Associação Norte-Riograndense de Psicoterapia e Psicologia Transpessoal (ANPPT)

José Eliézer Mikosz, Artista transmídia – Universidade Estadual do Paraná (UNESPAR)

Ronilda Iyakemi Ribeiro - Instituto de Psicologia e Programa de Pós-Graduação em Integração da América Latina –(USP) ; Instituto de Ciências Humanas - Universidade Paulista (UNIP)

Carlos André Cavalcanti - coordenador de Ciências da Religião - Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Luiz Carlos Luz Marques, docente Pós-graduação em Ciências da Religião - Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)

Thiago Antonio Avellar de Aquino - Laboratório de Pesquisa em Logoterapia e Análise Existencial - Universidade Federal da Paraíba (LAPLAE - UFPB)

Elda Rizzo de Oliveira - Professora emérita - Universidade Estadual Paulista (UNESP) Araraquara

Rogério de Almeida - Faculdade de Educação - Universidade de São Paulo (USP)

Ênio Brito Pinto - AION Psicologia e Educação (APE)

Lumena Celi Teixeira - docente - Universidade Católica de Santos (UNISANTOS)

Luciana Aparecida Farias - docente - Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP)

Monica Osório Simons - Centro de Educação Ambiental de Guarulhos (CEAG)

Daniel Silva - Unidade de Formação Transdisciplinar (UNITRANSD)

Juliana Hoffmann - Unidade de Formação Transdisciplinar (UNI|TRANSD)

Vitor Chaves de Souza, cientista das religiões - Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

Rosalira dos Santos Oliveira - antropóloga - Fundação Joaquim Nabuco, Recife (FUNDAJ)

Raquel Wrona - membro da Associação Paulista da Abordagem Centrada na Pessoa (APACP)

Wellington Zangari-InterPsi – Laboratório de Estudos Psicossociais “crença, subjetividade, cultura & saúde” (Instituto de Psicologia – USP).

Salete Menezes - Associação Pernambucana de Psicologia Transpessoal (APPT) e Rede Nordestina de Psicologia Transpessoal;

Eliege Brandão - Espaço Transpessoal Centyr e pioneira na introdução da Psicologia transpessoal no Nordeste





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Esta petição foi criada em 11 outubro 2022
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