MANIFESTO DE BRASILEIROS E BRASILEIRAS PELA VIDA E LIBERTAÇÃO DOS NOSSOS COMPATRIOTAS PRISIONEIROS DO ESTADO DE ISRAEL
Para: Governo Federal
"Prevalência dos direitos humanos;
igualdade entre os Estados; defesa da paz; solução pacífica dos conflitos;
repúdio ao terrorismo e ao racismo e cooperação entre os povos para o progresso da
humanidade"
(Constituição Federal, art. 4o, princípios
reitores do Brasil nas suas relações internacionais)
“Se eles calarem, as pedras gritarão!”
(Jesus Cristo, Livro O Evangelho de Lucas 19:40)
Nós, brasileiros e brasileiras, naturais e radicados na Baixada Santista, signatários deste documento, cuja iniciativa é apoiada por entidades, abaixo relacionadas, representativas de diversos setores sociais, vimos juntar nossas vozes em defesa da vida e da liberdade dos nossos 11 (onze) compatriotas submetidos à prisão em Israel, elevando-as sobretudo para protestar e proclamar nossa profunda indignação pela morte de um deles, o jovem brasileiro Walid Khaled Abdalla Ahmad.
O veículo de imprensa g1 informa que: "O governo brasileiro tomou conhecimento, com profunda consternação, da morte do cidadão brasileiro Walid Khalid Abdalla Ahmad, de 17 anos, na prisão israelense de Megido. O menor, residente da Cisjordânia, no Estado da Palestina, fora
detido em 30 de setembro de 2024 na Palestina ocupada e levado por forças
israelenses à prisão de Megido, em território israelense", afirmou o Itamaraty.
"Onze brasileiros residentes no Estado da Palestina
seguem presos em Israel, a maioria dos quais sem terem
sido formalmente acusados ou julgados, em clara
violação ao Direito Internacional Humanitário", acrescentou o Ministério das Relações Exteriores.
(G1, em 25.3.2025: Itamaraty confirma morte de brasileiro em prisão de Israel e cobra investigação 'célere' do governo Netanyahu)
Os brasileiros prisioneiros estão submetidos, bem como os prisioneiros palestinos, à condição carcerária desumana violentamente atentatória contra seus direitos humanos, que lhes põe a mercê de intenso risco de morte. “A Federação Árabe-Palestina do Brasil afirmou que a autópsia de Walid Khaled Abdallah, jovem brasileiro palestino de 17 anos morto no último fim de semana em uma prisão israelense, apontou como causa da morte “uma combinação de fome, desidratação por diarreia induzida por colite e complicações infecciosas, tudo agravado por desnutrição prolongada e privação de intervenção médica.” (G1, em 3.4.2025: Federação Árabe-Palestina diz que jovem brasileiro morto em prisão de Israel teve
'fome, desidratação e privação médica') A Fepal, em seu site, informa também que um dos brasileiros presos nas masmorras israelenses, Salah Al-Din Yasser Hamad, de 17 anos, está sofrendo maus-tratos na prisão de Ofer, conhecida por inúmeros e aterrorizantes casos de tortura e violação dos direitos humanos. O jovem é primo de Walid e tem claros sinais de desnutrição, correndo, portanto, risco de vida.
Disto resta incontroverso que essas imposições de Israel de condições prisionais degradantes da condição humana e deletéria à vida dos prisioneiros, além de configurar franca e manifesta violação gravíssima a normas internacionais de proteção à vida e à dignidade da pessoa humana, corolários e fundamentos dos direitos humanos como concepção e prática civilizatórias, reconhecidos por todos os países., tais ocorrências de assassinatos e torturas imputadas ao governo Netanyahu e ao Estado de Israel no trato de seus prisioneiros, sobretudo, configuram o cometimento de crimes de guerra, e como tais merecem a mais vigorosa repulsa por parte de todos os povos e países que se reputem democráticos, respeitadores dos direitos humanos e defensores da paz entre as nações.
Reconhecendo o terrível quadro de violência militar despropositada com assassinatos de dezenas de milhares de civis desarmados, em sua grande maioria crianças e mulheres, que se abate sobre a população do Estado da Palestina, submetida a bombas aéreas e a modernos blindados do poderoso Estado de Israel, que não poupam hospitais, escolas, abrigos de refugiados, equipes de socorro médico, jornalistas e bloqueiam corredores humanitários e impedem o fluxo do envio de remédios, água e alimentação à população palestina, no qual se inserem a morte e a prisão de brasileiros, os e as compatriotas signatárias deste manifesto erguem suas vozes e voltam seus olhares em direção às autoridades institucionais do Estado brasileiro no âmbito dos Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário, junto a todos os seus entes federativos – União, Estados e Municípios –, para delas exigir a necessária conjunção de esforços voltados a defender a vida de todos os brasileiros prisioneiros do Estado de Israel, a segurança pessoal e o tratamento digno a eles, por serem todos, assim como os demais prisioneiros, portadores de direitos fundamentais do ser humano – fundados e plasmados nas condições humanase nos atributos ontológicos próprios a todo ser humano.
Estamos todas e todos convencidos de que no futuro, as consciências humanísticas, democráticas e solidárias internacionalmente à espécie humana e à dignidade da pessoa humana, que virão depois de nós, irão perscrutar o que cada um e cada uma, cada povo e sua nação fizeram em seu tempo
histórico para enfrentar e conter a hediondez da matança insana e brutal de todo um povo, para amparar os prisioneiros torturados e violados em seu direitos humanos fundamentais.
Por nos importarmos e sermos pertencentes a um povo solidário a todos os povos em sofrimento em qualquer parte do mundo, nos cidadãos e cidadãs do Brasil exortamos a todo o povo e ao Estado brasileiro na adoção das medidas que se fizerem necessárias para o resgate e segurança dos brasileiros presos em Israel , a elucidação e a responsabilização das autoridades daquele pais pela morte do nosso compatriota Walid Khaled Abdallah e outras possíveis medidas que possam concorrer para o imediato e permanente cessar-fogo e afastamento das forças de Israel dos territórios de Gaza e da Cisjordânia, pelo fim da ocupação ilegal da Palestina.
Liberdade para os compatriotas brasileiros presos em Israel!
Apuração dos responsáveis pela morte do brasileiro Walid Khaled Abdallah sob a custódia do Estado israelense!