Trabalho e Cultura para Autistas e Cuidadores da Região Metropolitana de Goiânia
Para: Adultos Autistas e Mães Atípicas
O Plano Violeta é um plano de gestão pública criado para combater o capacitismo no mercado de trabalho e no meio cultural da Região Metropolitana de Goiânia. Voltado a pessoas autistas e cuidadores, ele propõe ações concretas de inclusão em três frentes principais: emprego formal (iniciativa privada), contratação pública (eixo do setor público) e produção cultural atípica (Eixo Calabura).
Trata-se de um conjunto de políticas que envolve incentivos fiscais, programas de formação, acesso a medicamentos, criação de um acervo para valorizar a memória afetiva de neurodivergentes, entre outras medidas. Como medida de segurança pública, o Plano prevê mecanismos de fiscalização, participação social e acompanhamento técnico, com base em leis existentes, mas muitas vezes negligenciadas.
Sabemos que, na prática, há uma crise humanitária na comunidade atípica, e uma crise só pode ser enfrentada com mobilização popular. Por isso, este abaixo-assinado busca escutar e reunir o apoio direto de autistas adultos, mães atípicas, pais, familiares, aliados e cuidadores.
Leia, assine, divulgue e, se quiser, comente no próprio documento. Sua presença é essencial!
Versão atualizada do Plano Violeta:
https://l1nk.dev/PElCf
Por que nasceu o Plano Violeta?
Este plano não nasceu numa pesquisa fria. Nasceu da queda de cabelo constante no banho. Das dívidas com cartões de crédito. Do banho de chuveiro com detergente de vasilha. Das mensalidades do curso atrasadas. Da falta de remédio pra dormir.
Não é só fraternidade, é exaustão também. E é exatamente por isso que se transforma em política pública. Porque isso não é normal. E eu me recuso a normalizar a miséria.
A desigualdade enfrentada por pessoas com deficiência no Brasil é brutal. E, no caso do autismo, ela se soma ao apagamento de identidade. Durante muito tempo, eu não sabia que era autista. Nos trabalhos por onde passei em Vianópolis e em trabalhos operacionais na capital, quase sempre me cobravam um ritmo que eu não acompanhava, pressionado por “gestores” que não sabiam do meu perfil. A adaptação não esteve presente, porque nem sequer eu suspeitava do TEA.
A visão de que o autismo só se manifesta de forma “visível” — com deficiência intelectual, sem linguagem oral ou com estereotipias intensas — impede que pessoas no nível 1 sejam consideradas autistas.
O Plano Violeta nasce, então, da urgência. Não de uma história pessoal isolada, mas de uma realidade compartilhada por uma multidão. Autismo não é mercado de luxo. É questão pública. E precisa ser tratado como tal.
A proposta que apresento é idealista, sim. Mas é mais urgente do que qualquer orgulho. Porque a ausência de política custa caro — custa saúde, custa renda, custa vínculos e custa futuro.
Se esse movimento existe, é porque o normal já não serve mais. Eu quero crescimento e visão de futuro. E quero isso para todas as pessoas autistas e cuidadores.