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Irregularidades que ocorrem na inclusão escolar

Para: Deputada Mara Gabrilli

Prezada deputada Mara Gabrilli.
Conforme me foi solicitado pela deputada Mara Gabrilli, perguntei as mães de crianças com deficiência se houve negação de matrícula escolar.
Segue para o email da deputada o nome das escolas, das mães e das crianças, que foram negadas as matrículas escolares para a devida punição.
Como o problema da inclusão vai muito além da aceitação da matricula, junto às questões levantadas pelas mães fizemos esse documento relatando todas as irregularidades que estão ocorrendo na educação inclusiva.
Várias foram as colocações das mães sobre o desrespeito que as crianças, adolescentes e jovens com deficiência sofrem na inclusão escolar:
- A falta de capacitação dos professores, acessibilidade arquitetônica, materiais assistivos, cuidadores, banheiros adaptados para troca de fraldas, assim como uma pessoa para troca-los. Apesar de ser LEI, as escolas ainda não se prepararam para receber a pessoa com deficiência, embora já tenha tido o tempo necessário para isso.
-Muitas escolas aceitam a matrícula só para cumprirem a lei deixando bem claro a falta de acessibilidade e orientando que a criança estaria melhor numa escola de educação especial. O governo não mantém convenio com essas escolas e como são particular inviabiliza a entrada de muitas crianças que os pais não têm condições para pagar.
-Não existe um acompanhamento de perto nas escolas por profissionais competentes, onde as crianças ficam sujeitas a deboches maldosos, rejeições, palavras ofensivas que acontece por falta de supervisão.Os professores, funcionários e alunos do ensino regular não estão preparados para aceitarem a inclusão, são poucos os que estão
-Crianças que fazem uso de fraldas quando evacuam ficam sujas porque não tem lugar e nem uma pessoa para troca-las.
- Muitas crianças, adolescentes e jovens que não tem o cognitivo para a alfabetização estão sendo incluídos sem o menor critério dentro de uma sala de aula que não tem nada para lhe oferecer a não ser a angustia de não conseguir acompanhar e ter sua auto estima esmagada. A educação para essas pessoas deve seguir outro caminho como o das artes e cultura, pois apesar de não terem os pré- requisitos para uma alfabetização com certeza existem potenciais a serem desenvolvidos e que podem no futuro serem inseridos na sociedade através de uma profissão de acordo com sua aptidão ( padeiros, pintores, artesões, bailarinos etc...). É preciso investir em atelier para essa população.
- Muitas famílias preferem deixar seus filhos em casa para não o expor a desrespeitos e bulling.
- Algumas famílias reclamam de que foi preciso mover uma ação judicial contra o governo para conseguirem um cuidador em sala de aula, o que é uma incoerência já que a inclusão dispõe de um cuidador quando necessário.

O objetivo desse documento é de junto aos órgãos públicos estudarmos a melhor forma de realmente começarmos a viabilizar a inclusão de fato.
A realidade de nossos filhos não condiz em nada com essa inclusão perversa.
A nosso ver a “proposta” da inclusão precisa sair do papel e ser respeitada por todos
Para isso precisamos:
-De uma campanha a nível nacional de informação, formação e sensibilização para os educadores e alunos do ensino regular falando de cada deficiência com cartilhas e palestras sobre o assunto.
-Que a multa aumente para a escola não se preparou para a inclusão, na acessibilidade arquitetônica, materiais assistivos, capacitação de professores.
- Que a penalidade em desrespeito a lei da inclusão aumente para quatro anos.
- Que o professor capacitado tenha algum beneficio pela sua capacitação.
- Que o cuidador quando solicitado compareça em tempo imediato. Esse cuidador deve ser uma pessoa bem preparada e capacitada para atender todas as necessidades da pessoa com deficiência que estiver aos seus cuidados.
É de responsabilidade do Estado para com a família e criança ter pessoas capacitadas para esse trabalho, que em alguns casos pode ser de sobrevivência, já que em casos mais severos de lesão cerebral, a criança quando come pode aspirar, engasgar e muitas vezes fazer um quadro de pneumonia.
- A presença de uma equipe multidisciplinar (que pode ser por ex: estagiários de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional)para orientar na postura, alimentação, uso de órteses, auxiliando o cuidador e educador que se sentirão mais seguros com a presença de um profissional que entenda da deficiência. A postura de muito educador não é a de não querer fazer, mas sim o medo da falta de conhecimento das deficiências . Eles precisam desse apoio, pois é responsabilidade dele qualquer ocorrência com a criança em sala de aula.
-O transporte adaptado também é necessário
Por fim é necessário bom senso para que a inclusão seja uma realidade.
A inclusão não foi feita em base real e com conhecimento de causa.
Nós família de pessoa com deficiência quremos protagonizar a nossa história, orientando técnicos e poder público sobre nossas necessidades, para que de fato a inclusão exista.
Termino esse documento com as palavras de Elis Rso, fisioterapeuta e mãe de um rapaz com Paralisia Cerebral, que elucida tão bem os problemas que cercam a inclusão.

“Temos dois ângulos a observar...
Um deles é que existem muitos tipos diferentes de necessidades a serem atendidas. Uma escola ser inclusiva para uma criança cognitivamente boa, sem grandes dificuldades intelectuais, com uma capacidade de compreensão razoável é uma coisa, outra é uma escola ser inclusiva para todas as deficiências sejam elas físicas, intelectuais, auditivas ou visuais e muitas vezes associadas, o que torna o trabalho ainda mais complexo. O que vejo hoje é a inclusão ser feita sim, mas só em casos simplificados, ou seja, por exemplo um PC hemi ou mesmo tetra mas com boa compreensão. Porque nesses casos o conteúdo pedagógico e a forma de ensinar não precisam ser muito alterados, algumas adaptações funcionais, posturais já praticamente resolvem o problema. Fora isso, vejo os DV's e os DA's segregados em escolas específicas, vejo os DI's nas Apaes AMAS ou instituições afins, e vejo a múltipla def. em casa, sem estimulação, ou em escolas especiais qdo a família pode pagar, ou fingindo ser incluídos nas escolas regulares onde praticam a socialização apenas sem aproveitar qualquer que seja o potencial de desenvolvimento pedagógico educacional que essas crianças tenham.
Vejam bem, tudo tem exceções... vão existir casos muito melhores e muito piores... isso é a média do que eu vejo dia a dia, em contato com famílias de diversos níveis de poder aquisitivo diferentes, em âmbito pessoal e profissional.
Esse, a meu ver, é um resumo do problema principal , que se divide ainda em muitas partes relacionadas a cada tipo de deficiência .
Entendo que é necessário que todas as crianças tenham acesso a uma educação que ajude na construção da sua identidade e que lhe proporcione a possibilidade de utilizar aquilo que ela é capaz de fazer, aprender... de forma que o que quer que ela seja capaz, não seja perdido ou negligenciado.... afinal não é isso que acontece com a criança "normal"? Se ela não é boa em matemática..isso vai ser apresentado a ela na escola, mas ela provavelmente não vai trabalhar com números....
Mas nós só sabemos no que somos bons ou não, se as possibilidades nos forem apresentadas ao longo da vida. Com as pessoas com deficiência, é a mesma coisa. Precisam que haja disponibilidade do meio, dos profissionais, de recursos, para que seus potenciais, sejam eles quais e quantos forem, sejam observados e estimulados.
Teoricamente, isso é o que ocorre nas escolas especiais....
Só acho que o foco, quando se fala em inclusão, deveria ser menos ligado à inserção da criança na escola regular a qualquer custo e mais voltado para o que realmente vai ser útil e importante na vida dessas ccs.
O que acontece é que mesmo que se resolvesse que o ideal seria a escola especial, continuaríamos tendo problemas porque mesmo as escolas especiais deveriam ser possíveis, disponíveis para todas as crianças. O que não acontece. Hj, quem optar por esc especial tem que dar muita sorte de encontrar algum projeto na sua cidade, ou conseguir entrar em algumas instituições, ou na maioria dos casos, pagar particular.
E quem não tem como pagar escola pro filho??
Por isso sim eu acredito que precisamos que todas as escolas regulares estejam preparadas pra explorar qqr potencial que uma criança tenha, independente do tipo de deficiência e do grau de severidade, pra que todos tenham acesso a conhecer e desenvolver o que lhe for possível.”

Contamos com a autoridade do poder público, para conseguirmos mudar o quadro da inclusão no Brasil.

Assinaturas das mães ou cuidador:

Sulamita Mattoso Meninel




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