Contra os 220 Dias Letivos
Para: Governo Federal
O governo federal quer, desde 2011, querendo ampliar o calendário letivo de 200 para 220 dias letivos. 20 dias a mais irão melhorar o aprendizado dos alunos? Claro que não!
Em setembro de 2011, o ministro do MEC Fernando Haddad propôs quatro propostas. Dentre dela, ele preferiu os 220 dias letivos, pois é a que requer menos custos para os cofres públicos. A presidente Dilma também disse que prefere essa proposta. Haddad disse que o aumento dos dias letivos irá diminuir desigualdades sociais. Um estudo realizado pelo MEC um mês antes da proposta disse que cada dez dias a mais aumentam em 44% o aprendizado dos alunos.
Mas agora vamos mostrar a realidade das escolas. As salas de aula são sucateadas, as escolas estão caindo aos pedaços, a iluminação é precária, não há aparelhos de ar-condicionado, os ventiladores não funcionam direito, as salas de aula são superlotadas, os bebedouros não funcionam direito, os banheiros são insalubres... Tudo isso é a nossa realidade, que o governo está querendo nos propor.
As escolas recentemente se tornaram reféns da violência, então imagens como a de Realengo, no Rio de Janeiro, em abril de 2011, poderão se repetir.
A rotina dos professores é exaustiva. Os professores, antes de dar as aulas, têm que preparar as mesmas. Além disso, eles têm que corrigir provas e trabalhos. Em casa, têm que fazer as atividades cotidianas e tomar conta dos filhos. Os professores todas as sextas ficam exaustos, querendo urgentemente descanso.
Apesar de o estudante ficar na escola apenas quatro horas por dia, ele não fica ocupado apenas durante tal tempo. Ele, em casa, têm que fazer os deveres e trabalhos domiciliares, e estudar as matérias. Os políticos acham que, quanto mais matérias têm, mais conteúdo o aluno aprende. Mas não é bem assim. Um número grande de matérias deixa o aluno sobrecarregado com deveres de casa e matérias para estudar.
Quando o ano letivo possuía 180 dias letivos (antes da LBD 9394/96), o ensino só era obrigatório a partir dos 7 anos e a nota mínima para aprovação era 7. Até os próprios políticos reconhecem a época em que os alunos aprendiam mais.
Isso quer dizer que, se voltarmos a 180 dias, teremos toda a educação que tinha de volta? Claro que não. O principal problema está com os eventos de indisciplina dos alunos. Há 30 anos, os professores não sabiam o verdadeiro significado da indisciplina escolar. As punições eram mais severas, e a educação, seja em casa ou na escola, era bem melhor.
Então os 220 dias letivos são apenas um engodo para que os políticos não invistam em educação e acharem que os alunos aprendem cada dia melhor!
