IMPLANTAÇÃO DA CIÊNCIA DO INICIO DA VIDA NO ENSINO E CENTROS DE APOIO À GRAVIDEZ
Para: Exmo Ministro da Educação Sr. Henrique Paim; Exma Ministra do Desenvolvimento Social e Combate a Fome Sra Tereza Campello
O Primeiro objetivo dessa petição popular é pleitear que a União, Estado e Município fomentem, em seus Planos de Educação, o que preconiza o artigo 1o, na 10a diretriz do novo Plano Nacional de Educação: a promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos e à sustentabilidade sócio ambiental. Uma sociedade sustentável começa com um ser consciente. Esta petição propõe a implantação de uma nova disciplina nas Universidades, que tenha como escopo a formação dos jovens de acordo com o que evidencia a mais moderna ciência: a importância da preparação para a concepção, da concepção consciente em si, da gestação sob cuidados de tranquilidade e boa alimentação, do parto natural, do aleitamento materno (exclusivo até os seis meses, seguindo até a criança andar) e do cuidado materno diário para crianças até que completem três anos de vida. O Ministério da Educação poderá sugerir tal matéria que tem informação no site: www.cienciadoiniciodavida.org, gratuito, de modo que se torne matéria eletiva nas Universidades. Em setembro de 2007, foi defendida a tese “A Necessidade do Ensino da Ciência do Início da Vida”, no Instituto de Psicologia da Universidade Federal do Rio de janeiro (UFRJ). Encontrada neste site, ela tem mais de 1500 páginas e mais de 2000 referências bibliográficas.
Em face da importância deste assunto o Ministério da Educação pode sugerir que seja um tema transversal, visto que é prerrogativa do Ministério da Educação a escolha anual do tema transversal que será adotado pelas escolas de ensino médio e fundamental em todas as escolas do território nacional, caso exista outra escolha para tema transversal já definida para o próximo ano letivo, o Ministério poderia criar uma orientação para que estados e municípios adotem uma estratégia de ensino sobre tão vital assunto.
A Declaração de Alma Ata da Organização Mundial de Saúde (OMS), em 1978; a Convenção sobre o Direito da Criança, ONU, 1989; a Declaração Mundial sobre a Proteção e Desenvolvimento das Crianças, em Nova York, ONU, 1990; e milhares de outros documentos, que geraram o Manifesto de Moscou, tratam da Humanização e das Relações da Família. Além disso, e principalmente, preconizam o 1o Direito Humano de qualquer cidadão: nascer em plenitude e a vasta documentação científica justifica, como orienta o Manifesto de Moscou a urgência do ensino destas informações essenciais sobre concepção, gestação, nascimento, primeiros anos de vida, em escolas do ensino fundamental.
Os países que se sensibilizaram, tomaram atitudes e reverteram suas ações politicas tiveram seus indicadores melhorados e estão se transformando em sociedades mais pacíficas. Um claro exemplo é a Holanda, que hoje tem 80% de suas concepções planejadas, em um tempo em que a média mundial é 50%. Este país assistiu o fechamento de oito presídios no decorrer das duas últimas décadas de implantação de programas de aconselhamento de casais para concepção consciente. A população que nasce com tais preparações, conforme se verificou na Índia (seis mil pessoas acompanhas durante 35 anos, nascidas em favelas de Bombaim), goza de mais saúde física, mental e de mais inteligência social. A educação na área de preparação para maternidade e paternidade conscientes, pode gerar, em pouco tempo, importantes transformações para a personalidade básica do indivíduo e para a atmosfera emocional da sociedade.
A Ciência do Início da Vida pode gerar em nossas comunidades:
1. Redução dos índices de mortalidade infantil e de morbidade em todas as faixas etárias;
2. Redução dos índices de criminalidade;
3. Tempo de vida laborativa maior;
4. Diminuição do uso de drogas;
5. Diminuição de doenças mentais, sistêmicas e imunes, assim como acidentes – todos tornam-se exceção, até mesmo suicídio e casos de violência, como são comprovados em diversos países.
Diante do acima exposto, abaixo assinamos solicitando a implantação da Ciência do Início da Vida nas escolas e Universidades públicas e privadas de nosso país.
O objetivo deste projeto é criar os canais de divulgação do que se intitula Ciência do Início da Vida. Trata-se do primeiro documento mundial deste porte que consegue estruturar uma nova disciplina com a intenção de informar jovens de acordo com o que a mais moderna ciência evidencia sobre a chegada do ser humano a este mundo, desde a preconcepção até os três primeiros anos de vida – seguindo a orientação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF).
Este programa é capaz de promover motivação dos alunos e reverter a atual evasão escolar de 58%, promovendo melhora nos níveis de violência, realidades que já foram comprovadas em vários projetos pilotos executadas em comunidades de diversos estados brasileiros, por inciativas de voluntários. Não obstante tais projetos terem sido exitosos, os mesmos foram interrompidos por falta de recursos dos voluntários, em geral moradores nas comunidades.
Em face desta realidade nós abaixo assinados solicitamos o segundo objetivo desta petição, agora direcionada ao Ministério Desenvolvimento Social - Rede de Proteção Social Privada que crie condições para que os que não frequentam escolas sejam incluídos neste tipo de preparação de maternidade e paternidade conscientes. E ainda que sejam criados Centros Gestacionais, onde casais possam receber preparação adequada e que as grávidas possam ficar e receber apoio para uma gestação saudável. Tal medida adotada em comunidades carentes em Caracas e Bangkok, surtiram em pouco tempo grande transformação no perfil de saúde dos bebês.
O conhecimento da Ciência do Início da Vida pode levar a uma sociedade com saúde física, emocional e espiritual, garantindo uma sociedade sã, produtiva, e pacífica.
Colabore como cidadão! A sociedade autossustentável começa pelo indivíduo autossustentável.
FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
A Ciência do Início da Vida é uma disciplina nascida da fusão de conhecimentos amealhados nas últimas quatro décadas nas áreas de antropologia, sociologia, pedagogia, psicologia,etologia, embriologia, biologia celular e medicina (obstetrícia, neurologia, endocrinologia, cardiologia, psiquiatria), sendo confirmada pelas tradições e pela arte. Esta é, portanto, uma matéria transdisciplinar, como a própria vida. A metodologia de ensino adotada abaixo é a da transdisciplinaridade, que vem sendo proposta pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) para alcançar metas de paz. São seis as fases que a Ciência do Início da Vida enfoca:
1 – Pré-concepção
Estudos de grandes cortes internacionais, realizados durante décadas, já associaram gravidez não planejada a problemas como prematuridade, baixo peso, malformações congênitas, doenças psiquiátricas e criminalidade na faixa de 16% a 19%, em populações de milhares de indivíduos acompanhados em países distintos. Soma-se a este tipo de investigação de estudo epidemiológico prospectivo e retrospectivo a comprovação de que, ao adotar algum tipo de programa em países de culturas bem diferentes, como Holanda, Irã e Japão, o resultado da diminuição destes problemas fica A literatura internacional de pessoas que fizeram renascimento, em diversas técnicas, no Oriente e no Ocidente, só vem comprovar, em universo de dezenas de milhões de pessoas, que as memórias registradas desde a concepção afetam profundamente a vida, visto que esta primeira célula é a matriz de todas as células para toda a vida, portanto a memória aí registrada pode ser regenerada com esta técnica.
2 – Concepção
É necessária uma preparação através de informação que, uma vez realizada, diminui o estresse na gravidez e melhora a alimentação. Hoje, por exemplo, sabemos que o padrão de alimentação dos pais, mesmo que seja meses antes da concepção, pode determinar anomalias congênitas, seja por álcool (lábio leporino) ou droga (danos cerebrais). Já foi estabelecida a relação entre o consumo excessivo de agrotóxico e o nascimento de crianças com perímetro craniano maior ou menor. Estudos apontam para a correlação entre uma concepção desarmoniosa e a tendência à depressão na idade adulta, assim como dificuldade em controlar o impulso agressivo.
3 – Gestação
O primeiro trimestre de gravidez é fundamental para a formação do corpo. Hoje, sabemos que o código genético que se estruturou na concepção pode ser alterado para melhor ou para pior durante este período. Uma boa saúde depende, essencialmente, da imaginação da mãe, sua vida interior, seu olhar sobre a vida e sua alimentação. O que uma vasta literatura demonstra é que estes fatores, se bem atendidos, podem fazer com que, mais tarde, não haja ocorrências de doenças como: acidente vascular cerebral, infarto coronariano, hipercolesterolemia, obesidade, diabetes, esquizofrenia, epilepsia. Sabemos, atualmente, o preço que a fome imposta a mulheres grávidas determina para a geração futura; vide a Segunda Guerra Mundial, quando se pode acompanhar o que aconteceu com uma população holandesa de 600.000 homens que haviam sido gestados durante o “Cerco da Fome”. Uma parte da Holanda, sitiada por tropas alemãs, foi submetida à dieta de poucas calorias e acompanhada por mais de sessenta anos naquele país. Continuam sendo acompanhados até hoje.
Não há vivos entre os que passaram fome, no primeiro trimestre de gravidez (na barriga de suas mães). Notou-se que estas pessoas eram propensas a doenças mentais, não se socializavam devidamente e apresentavam maior tendência à obesidade, distúrbio cardiovascular e diabetes do que a população do mesmo país, na mesma faixa etária. Hoje sabemos como a baixa dietética atua no primeiro, segundo e terceiro trimestres da gravidez. Quanto mais cedo os indivíduos forem submetidos à dieta, mais graves os danos. Os bebês desrespeitados durante a primeira fase de seu desenvolvimento intra-uterino ficam marcados, ao longo da vida, por uma dificuldade de socialização e tendência a certos cânceres, além das patologias já. A gênese da doença ou da saúde de um ser humano se dá na embriogênese. (desenvolvimento do feto).
4 – Parto
O parto constitui um verdadeiro ritual de passagem. Neste processo são “plasmadas” certas qualidades no âmago de uma pessoa, novos atributos ficam como que impressos no seu O nascimento é a primeira grande transição, imprime profundamente no inconsciente dos recém-nascidos noções, que ficam arraigadas para o resto da vida. Sabemos hoje, por exemplo, que uma grande consequência do advento do parto hospitalar com anestesia foi o surgimento de uma população de drogados. Drogas existem desde a mais remota antiguidade, e as sintetizadas desde o século dezenove, mas a partir da década de sessenta houve um considerável aumento de viciados em drogas, justamente na primeira geração da história da humanidade a nascer sob sedação. Informes de diversos países mapeiam correlações entre o surgimento do parto hospitalar altamente tecnológico e suas sérias consequências como o aparecimento de autismo, bulimia, anorexia, tendência a cometer delitos e dificuldade de socialização. Pagamos um preço alto quando esquecemos que é necessário honrar a natureza mamífera das
5 – Amamentação
No Brasil, depois de eficazes campanhas de orientação empreendidas pelo governo, foi possível reverter parcialmente um quadro de supressão deste direito humano. De 1950 a 1980, o Brasil, como muitos outros países, trocou o leite materno pelo leite artificial. O resultado foi um aumento exponencial de alergias, problemas emocionais e intelectuais. Ser amamentado, além de aumentar a imunidade e a inteligência, fortalece o sentido de fraternidade. A noção vigente de que competir é melhor que cooperar é uma distorção da fisiologia. Talvez esta seja a mais grave sequela da falta de amamentação.
Se o organismo de um ser humano funciona normalmente é porque em suas entranhas as células sabem trabalhar em estreita colaboração. Vida é colaboração. A competição gera falta de ética, falta de boas condições ecológicas, predatorismo desenfreado e seres que não sabem amar a si mesmos, ao próximo, nem muito menos ao meio ambiente.
O Brasil hoje é referência mundial no resgate da amamentação, mas ainda não atingimos a licença-amamentação por seis meses, prazo que pesquisas importantes acreditam ser o mínimo necessário.
6 – Os três primeiros anos de vida
Este é o período que corresponde às fundações da saúde mental e de estruturação do ego (centro da vontade, da determinação e da autodisciplina). Se um leão, fadado a liderar, precisa da mãe por dois anos, o ser humano, sendo o mais complexo dos mamíferos, precisa de três anos de cuidados maternos e familiares para se constituir de maneira íntegra.
Países como a Alemanha e Suécia, entre outros, estão começando a rever suas políticas de licença-maternidade, aumentando-a para mais de dois anos, isto porque já estiveram contabilizando os prejuízos para a nação de uma geração de jovens que não sabem o que querem, que não conseguem se estruturar para deixar o lar paterno e começar a fazer seu próprio ninho, que colocam-se na vida como filhotes eternos, assumem um fraco compromisso com o trabalho e preferem utilizar suas energias em diversões supérfluas e muitas vezes Hoje, a geração que se comporta assim é a geração da “creche cedo demais”. Ela tem sido objeto de estudos por sociólogos no mundo inteiro. Muitos destes estudos vêm dos países europeus, particularmente da Inglaterra, demonstrando como se comporta uma geração inteira que não tem o ego bem estruturado. Tais constatações têm forçado os países europeus a rever suas políticas de nascimento devido ao triste preço que O Brasil viu, nos últimos três anos, seu número de aposentados por invalidez aumentar três vezes, principalmente entre homens jovens, e seis vezes, se considerados somente os servidores civis federais. O importante deste dado, mesmo que envolva elementos escusos, é que ele aponta para um padrão de comportamento geracional também observado na Europa, nos Estados Unidos e Japão, onde jovens que conseguem burlar o sistema recebem uma aposentadoria e desfrutam de uma vida isenta de “preocupações”, dispensados de assumir maiores É interessante que organizações não governamentais ou sociedades civis iniciem já a campanha de informação sobre este importante assunto, a Ciência do Início da Vida.
Em paralelo, a autora deste trabalho propõe que cada estado inclua a Ciência do Início da Vida nos currículos de segundo grau, como matéria de ensino obrigatória. O currículo de segundo grau é de competência dos estados. É importante que, mesmo depois que a Ciência do Início da Vida seja ensinada em todo o território nacional, no segundo grau, ainda assim permaneçam programas de esclarecimento na televisão, pois, no Brasil, a fração de cidadãos que chega ao segundo grau ainda é SOBRE A AUTORA Eleanor Madruga Luzes, médica psiquiatra, foi professora primária, trabalhou durante três anos em obstetrícia e é analista há 32 anos. Acompanha jovens que nasceram sob estas cinco condições, nos últimos 20 anos. Orienta pais e jovens casais há 14 anos. Tem mestrado em Psicologia, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É doutora pelo Instituto de Psicologia na mesma universidade, em “Necessidade do Ensino da Ciência do Início da Vida”. Possui pós-graduação em Transdisciplinaridade pela Universidade Internacional da Paz (UNIPAZ). Eleanor Luzes é membro da Association for Prenatal and Prerinatal Psychology and Health (APPPAH), membro da Rede Nacional do Parto Humanizado (Rehuna), membro colaboradora do Laboratório do Imaginário Social e Educação (LISE), do Instituto de Educação da UFRJ. Há oito anos ministra cursos em módulos sobre sua tese para a formação de multiplicadores que atuem junto a comunidades de jovens em âmbito nacional e internacional. Sócia benemérita da ANEP (Associação Nacional para Educação Pré-natal), associação ligada à OMAEP, um importante órgão internacional, de caráter consultivo, junto à ONU, sobre assuntos da criança. Eleanor Luzes é docente da UNIPAZ – RJ, dentro do curso de Terapias Naturais, onde leciona Ciência do Início da Vida.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
www.cienciadoinciodavida.org
www.science-beginningoflife.org
www.birthpsychology.com
www.freebirth.com
www.wombecology.com