Contra o corte de bolsas de pós graduação PAE da USP. Por bolsas para todos que trabalham com estágio em docência!
Para: À Pró-reitora de Pós-graduação da Universidade de São Paulo, Profa. Dra. Bernadette Dora Gombossy de Melo Franco,
Nós, pós-graduandas e pós-graduandos abaixo assinados, recebemos com grande indignação a notícia do corte de bolsas do PAE (Programa de Aperfeiçoamento de Ensino), pela Pró-Reitoria, de 2.000 bolsas para apenas 1.200 no 2º semestre de 2014. O recuo parcial da Pró-Reitoria nesta decisão, cedendo mais 400 bolsas no último mês de julho e aumentando, assim, o número total de bolsas no 2º semestre para 1.600, não resolveu os graves problemas ocasionados por esta decisão de realizar cortes no programa, ao invés de dar continuidade a expansão promovida nos últimos anos. É importante observar que tais bolsas não apenas dão suporte a realização de um programa que insere os pós-graduandos em sala de aula e aprofunda a formação de novos docentes, como ainda por cima, diversos pós-graduandos são obrigados a realizar o mestrado e doutorado sem outros auxílios que não os recursos do PAE no valor de R$540,03. Este corte revela como a Pró-Reitoria segue na contramão do reconhecimento do pós-graduando como pesquisador que deve ser bem remunerado pelo seu valor à ciência e contribuição à universidade e sociedade, contribuindo para uma precarização ainda maior das condições de pesquisa dos pós-graduandos.
Nós, pós-graduandas e pós-graduandos, nos unimos aos docentes e funcionários na rejeição categórica à interpretação burocrática de que tais cortes resolvem a crise na USP e estamos convencidos, ao contrário, que tal medida, somente a acirra. Acirra a crise ao cortar recursos básicos essenciais que permitem o ensino, a pesquisa e a extensão de excelência na USP – ao contrário do que foi afirmado pelo Reitor Zago em entrevista na CBN de que os cortes se tratariam apenas de “gordura que estava sobrando” (8/8/14). E acirra ainda a crise, pois só aumenta o déficit democrático que levou a USP às atuais condições: a falta de transparência nas ações e a exclusão da comunidade universitária nas decisões acadêmicas, quando, na verdade, somente a decisão conjunta desta comunidade sobre os rumos da universidade poderia elevar a USP ao grau de excelência e sintonia com as necessidades da sociedade que todos nós desejamos.
Exigimos que a reitoria garanta o retorno imediato das 2.000 bolsas do PAE juntamente a uma política de expansão para que todos os participantes do programa sejam contemplados com bolsas e demandamos ainda a abertura do diálogo com toda a comunidade universitária para buscarmos coletivamente a saída desta crise!