Fluminense - Pague a Série B
Para: CBF, STDJ
Essa é uma petição fazendo o favor de o Fluminense pagar a Série B.
Desde 1997, o tricolor carioca está dependendo da mãozinha dos advogados da CBF para se manter na Elite do Brasileirão. Ele foi salvo em tal ano por uma conclusão que cancelou os rebaixamentos, em 2000 pelo João Havelange e em 2014 pela punição de clubes adversários.
No Brasileirão de 1996, o Fluminense amargou uma campanha pífia. Durante as 23 rodadas do campeonato de tal ano, o Fluminense conseguiu apenas 4 vitórias, o que fez com que o clube terminasse em penúltimo lugar, na frente apenas do Bragantino. Essa foi a primeira vez que um clube dito grande foi rebaixado.
Todavia, tudo isso mudou com o Caso Ivens Mendes. Ivens Mendes era presidente da -f (Confederação Nacional de Arbitragem do Futebol) desde 1988, primeiro ano após a Copa União. Cid Moreira, então apresentador do Jornal Nacional, da Rede Globo, em 7 de maio de 1997, cinco meses após o término do campeonato, leu uma carta comentando as denúncias de manipulação de Ivens Mendes.
Nesse dia, Ivens Mendes estava viajando de férias no exterior. As ligações dele eram ilegais e, portanto, não poderiam ser mostradas pela CBF. Além disso, não havia provas para incriminar os envolvidos no escândalo de manipulação. Mesmo depois de quase duas décadas, a solução desse caso não veio à tona.
Mesmo sem uma única conclusão sobre esse caso, a CBF cancelou os rebaixamentos daquele ano. Como os dois primeiros da Série B subiram, o Brasileirão de 1997 foi disputado por dois clubes a mais. Muitos até hoje testemunham que o escândalo de manipulação apenas ocorreu já que foi a primeira vez que um clube dito grande foi rebaixado.
Para comemorar a permanência do tricolor na elite do futebol, Álvaro Barcelos, então presidente do clube, estourou champanhe. Mesmo depois de quase duas décadas, ele não se arrepende pelo feito, alegando que, se fosse vidente e soubesse de como seria a situação do clube posteriormente não teria feito.
Contudo, o tricolor carioca não soube aproveitar a oportunidade que foi dada. Durante as 25 rodadas do Brasileirão daquele ano, o clube conseguiu apenas quatro vitórias. Isso fez com que o clube terminasse o campeonato em penúltimo lugar, na frente apenas do União São João. Dessa vez não houve salvação: Fluminense foi obrigado a disputar a Série B em 1998.
Mesmo após o rebaixamento, o tricolor não aprendeu a lição. Durante as 10 primeiras rodadas da Série B, Fluminense conseguiu apenas 2 vitórias. Com a sexta pior campanha no geral, critério para definir o rebaixamento, Fluminense amargou mais uma queda. E novamente não houve salvação: o tricolor foi obrigado a disputar a Série C em 1999.
Após três rebaixamentos consecutivos, Fluminense finalmente aprendeu a lição. Nesse ano, o tricolor carioca conseguiu um patrocínio: a Unimed. Neste ano, o tricolor conseguiu mudança de presidente, técnico e elenco. Tudo isso fez com que o clube fosse campeão da Série C, mas uma grande polêmica estava por vir.
Em 2000, o Campeonato Brasileiro não ocorreu. O culpado disso foi Sandro Hiroshi, que atuou ilegalmente pelo São Paulo. Em 1999, o rebaixamento era definido pela média de pontos nos campeonatos de 1998 e 1999. Esse critério foi criado pela CBF com o objetivo de evitar ações judiciais de diversos clubes. Contudo, causou uma grande polêmica.
Os clubes que vieram da Série B em 1998 não tinham como calcular uma média, pois eles não estavam na Série A. Para eles, essa “média” era apenas os pontos conquistados no Brasileirão de 1999. Ou seja, havia diferentes critérios para os clubes que estavam na Série A e os que tinham subido.
Sandro Hiroshi, como comentado, atuou no São Paulo em dois jogos: contra o Botafogo e o Internacional. Com o Botafogo, São Paulo perdeu de 6 a 1, e no segundo, e com o Internacional, empatou com 1 a 1. Nesses dois jogos, Botafogo e Internacional pensaram em cancelá-los. Contudo, ao invés disso, o STDJ tirou 4 pontos do São Paulo, enquanto deu 3 para o Botafogo e 2 para o Internacional. Essa “manobra” foi suficiente para salvar o Botafogo do rebaixamento, e empurrar o Gama. Mesmo o clube tendo ficado em 15º entre 22 participantes, foi declarado rebaixado pelo critério de rebaixamento. Com isso, o Gama entrou na justiça comum, o que fez com que o Brasileirão de 2000 fosse disputado por 21 clubes (uma quantidade ímpar de clubes é ilegal pela CBF). A disputa judicial se arrastou e a CBF ficou impedida de realizar o Brasileirão de 2000.
Com o impedimento da realização do Campeonato Brasileiro, o clube dos 13 realizou um campeonato nacional: a Copa João Havelange. João Havelange foi eleito presidente de honra da Fifa em 1998. Ele era torcedor de honra do Fluminense. Isso serve de polêmica para torcedores rivais, já que, como comentado anteriormente, em 1998 o Fluminense foi rebaixado para a Série C.
Fluminense foi convocado para disputar o módulo azul da Copa João Havelange, que seria equivalente aos clubes da Série A. Isso até hoje espanta os torcedores rivais. Existiam também outros dois módulos: o verde, que seria equivalente aos clubes da Série B e o amarelo, que seria equivalente aos clubes da Série C.
Fluminense foi eliminado nas oitavas de final pelo São Caetano, mas ganhou o direito de disputar a Série A em 2001 sem passar pela Série B. Mesmo depois de quase 15 anos, os advogados da CBF não se arrependem do convite.
Além do Fluminense, houve mais clubes beneficiados: Juventude, Bahia, Atlético-MG e Botafogo. Paraná, Botafogo-SP e Gama não foram beneficiados.
Sem acesso nem descenso, os critários da Copa João Havelange serviram para o Campeonato Brasileiro de 2001.
Entre 2001 e 2012, não houve viradas de mesa no Campeonato Brasileiro. Durante esse período, clubes grandes, tais como Botafogo, Palmeiras, Vasco e até mesmo o Corinthians foram rebaixados, sem salvações da CBF.
Em 2013, uma nova virada de mesa, que novamente envolveu o Fluminense, ocorreu. Fluminense terminou o Brasileirão em 17º lugar. Ele foi rebaixado junto com o Vasco, que terminou uma posição abaixo. Essa foi a primeira vez que dois clubes ditos grandes são rebaixados de uma só vez, e também a primeira vez na história do Brasileirão que um clube campeão no ano anterior é rebaixado no ano seguinte.
No entanto, tudo isso mudou quando a Portuguesa e o Flamengo foram punidos pelo STDJ. Seus respectivos jogadores viajaram durante o momento em que não poderiam jogar, e atuaram na última rodada do Campeonato Brasileiro. Ambos os clubes foram punidos em 4 pontos, o que fez com que o Fluminense pulasse da 17ª para a 15ª posição (não foi rebaixado).
Contudo, muitos testemunham que a punição teria o único propósito de salvar o Fluminense. Diversos clubes tiveram problemas com escalação de jogadores durante o campeonato, e não foram punidos. Até o próprio Fluminense foi incluído nessa lista. O fenômeno ficou conhecido como “Tapetão”.
Contudo, o tricolor espantou inúmeros torcedores rivais no Brasileirão de 2014. Fluminense terminou o campeonato na 6ª colocação, mas um grande susto para o clube estava por vir.
Logo após o término do campeonato, a Unimed, devido a problemas financeiros, deixou de ser patrocinadora do Fluminense. Muitos torcedores rivais alegam que esse patrocínio foi o que salvou o clube desde quando ele caiu para a Série C.
Torcer pelo Fluminense é a mesma coisa que agradecer um político corrupto! A gente se pergunta até quando existirá a corrupção no futebol!