Petição: Fora Bernardino Racista.
Para: Reitor da Universidade Federal de Alagoas senhor Eurico Lôbo
Nós, alunos estudantes do curso de história da Universidade Federal de Alagoas, queremos solicitar com base na lei 7716/89 mais conhecida como "Lei Caó", pelo crime de racismo, o afastamento do Professor Bernardino, integrante do corpo docente da UFAL (Universidade federal de Alagoas), pelas diversas declarações racistas e preconceituosas dentro das salas de aulas da Universidade em questão; a sua última e mais recente "pérola", foi afirmar em sala de aula que os negros e índios deveriam ser exterminados; infelizmente essa é mais uma das diversas declarações proferidas pelo então Professor. Diante de tamanho absurdo e embasado na lei citada acima, que classifica como crime tal atitude, entendemos que o mesmo torna-se um criminoso, logo é inviável, para nós alunos termos aulas proferidas por um Professor que fere e pratica esse tipo de discriminação sem precedentes e se enquadra no papel de um infrator da Lei, já que somos a todo estante levado a observar as leis vigentes, sob pena de retenção dos nossos direitos se as não cumprimos, pedimos que se cumpra o enquadramento do dito Professor. Almejamos através desse documento expressar nosso repúdio e indignação a atitude do referido professor, pedimos a todos que assinem como um ato de mostrar que somos estudantes e que temos conhecimento da história, sabemos como e porque, esse tipo de comentário ainda é disseminado no espaço social. Não podemos de forma alguma permitir que isso continue em nosso meio acadêmico. É por reproduções ideológicas como estas que até hoje vivemos num cenário que exclui e marginaliza os que foram e ainda são os responsáveis pela construção da nação brasileira, milhares de páginas foram escritas por dezenas de “intelectuais” num passado não tão distante, que serviram para embasar a atitude e o pensamento que este professor reproduz, contudo acredito piamente que o mesmo parou no tempo, não buscou estudos referentes na nova historiografia que desmente e derruba a tese oitocentista desses ditos “intelectuais” que propagava um negro sem condições de desenvolver seu pensamento, ou pior, só servia para o trabalho escravo ou ser jogado no lixo, ou no mar na travessia do atlântico; Se o mesmo tivesse estudado um pouco mais descobriria que o que levou os negros a interpretar o papel de escravo, não foi seu vitimíssimo, mais sim a força do capital que busca a todo tempo planos para expansão das suas redes de atuação.
