Guarulhos: Não à criminalização dos que lutam
Para: Exmo.Sr Secretário da Educação, José Renato Nalini
Na cidade de Guarulhos está em curso uma série de medidas contra ativistas da Apeoesp e do movimento civil organizado. Isto vem acontecendo desde o fim das ocupações de escolas no Estado de São Paulo, cuja pauta central foi o fim da reorganização escolar. Na ocasião, o governador Geraldo Alckmin, pressionado pelo legítimo movimento, recuou e adiou a reorganização. Além disso, foi acordado que nenhum ativista seria criminalizado.
No entanto, a dirigente Regional de Ensino da Diretoria Guarulhos Sul, Professora Maria Aparecida do Nascimento Barreto, é conivente com diversas situações de assédio moral e perseguições, praticada por diretores e supervisores de escolas que, com única intenção de punir aqueles que lutam, perseguem professores e não são poucos os casos.
Na EE Alice Chuery, além das mães que lutaram em defesa da escola, o professor Hissachi de biologia, com 25 anos de magistério, sendo 16 anos nessa escola e que nunca teve seu trabalho pedagógico questionado, recentemente após uma aula de anatomia, recebeu uma acusação de assédio sexual, isso não é mera coincidência, pois este professor é membro da Apeoesp, entidade que apoiou a luta contra a reorganização.
Na EE Maria Aparecida Rodrigues, professoras que se posicionaram em defesa da educação e contra os desmandos da direção, hoje são hostilizadas, sofrem desde processos administrativos até situações de humilhação e assédio moral dentro e fora da escola.
Na EE Maria Dirce III, professores que também lutam em defesa da escola pública, sofrem intervenção da diretoria de ensino em suas aulas e são chamados arbitrariamente na Diretoria, para oitivas sobre o período da greve, alem de serem impedidos de fazer a reposição.
E por fim, na EE Conselheiro Crispiniano, a diretora que durante o processo de reorganização, respondeu de forma truculenta aos alunos que se manifestavam, e com gestos obscenos, levantando acusações levianas e registrando boletins de ocorrência contra professores. Há denuncia de que alunos que fizeram parte da ocupação estarem sendo impedidos de assistir às aulas.
Todos esses casos surgem em um contexto de lutas que exigem cada vez mais a necessidade de punição aos que perseguem os que lutam em defesa da educação pública, de forma legitima contra os ataques promovidos pelo governo do Estado de São Paulo.
Punição essa que deve ser aplicada, pois estão descumprindo o que foi negociado entre o Ministério Público, Governo do Estado de São Paulo e o Movimento.