Pela DEMISSÃO injusta de Professores e por MELHORIAS NA FACULDADE
Para: Diretor da Faculdade Anhanguera: Fabio Venegas
Proposta inicial do curso de Direito, RETIFICADA PARA MANIFESTAÇÃO GERAL DE OUTROS ALUNOS DE DIVERSOS CURSOS DA FACULDADE ANHANGUERA DE BAURU.
“Após notícia confirmada em 30/06/2016, usamos este meio para tornar público nosso descontentamento acerca da demissão dos Professores Sérgio Ricardo Rodrigues e André Gutierrez Boicenco, ambos do curso de DIREITO sob alegação de reestruturação do NPJ”.
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Os abaixo-assinados, todos alunos regularmente matriculados, ex-alunos e colegas de trabalho desta Faculdade, vêm, perante Vossa Senhoria, como direito constitucional a nós concedido de nos manifestarmos acerca das INSATISFAÇÕES sobre os mecanismos utilizados e padronização maléfica no ensino e solicitar a readmissão dos mesmos no quadro de docentes.
Muitos dos professores em referência vem, desde o início do curso, apresentando um dos melhores desempenhos ao ensinar suas matérias específicas, apresentando vasto conhecimento sobre a matéria, são detentores de excelente metodologia, para tanto, bastam os resultados das avaliações realizadas pelo PAI.
Muitos disponibilizam-se fora do horário de aula visando complementar o curso, tirando dúvidas e procurando ajudar os alunos com dificuldades no aprendizado, seja por e-mail, mensagens instantâneas, dentre outras redes sociais.
São estes mestres DEMITIDOS que motivam os alunos a cada aula a serem melhores profissionais, além de valores, garra e determinação necessárias na carreira, seja trazendo inovações pra sala de aula bem como experiências profissionais vividas pelos mesmos.
Essas demissões são incompreensíveis e inaceitáveis por parte dos acadêmicos, informados de pelo menos 15 DOCENTES DEMITIDOS, sendo este o pontapé inicial para buscarmos melhorias por parte da Faculdade.
Preocupamo-nos com o nível de ensino de nossa Faculdade, e é claro que a formação de seu corpo docente é reflexo direto nisso, além do fato de que as mudanças estão afetando a QUALIDADE DOS CURSOS.
Sendo assim, reforçamos nossa indignação e requeremos a readmissão imediata dos professores insubstituíveis ao quadro de professores dos respectivos cursos.
Entendemos que a Instituição está agindo de forma mais que injusta, COMPREENDENDO a demissão de professores despreparados e desatualizados, mas jamais a aceitação dos que são aprovados pela maioria dos alunos, dispensando profissionais desse padrão, despencando “morro a baixo” com tais mudanças e decisões que não vem beneficiando de forma alguma os atuais alunos.
A Anhanguera é uma das que mais se beneficiam com programas como o PROUNI e FIES, comprovado tanto pelo número de unidades como pelo índice de alunos de diferentes cidades buscando o nível superior. Concluindo-se portanto que, de nada adianta fornecer a oportunidade ao estudante se o mesmo não sai preparado para o mercado de trabalho.
A instituição Anhanguera, após fusão com a Kroton Educacional em 2013, vem realizando demissões em massa de professores, mestres e doutores, a questão é: O QUE ACONTECE QUANDO A EDUCAÇÃO VIRA MERCADORIA? A Anhanguera Educacional tornou-se uma empresa S.A., com ações na bolsa de valores e uma agressiva política de compra de outras instituições.
Segundo dados da Federação dos Professores de São Paulo (Fepesp), o Grupo Anhanguera demitiu apenas no Estado de São Paulo 1.497 professores. E esse número deve ser ainda maior, uma vez que há relatos de demissão em outros estados, como Rio Grande do Sul, Goiás e Mato Grosso do Sul.
SITUAÇÃO ABSURDA: professores qualificam-se com titulação de mestres e doutores e são penalizados exatamente porque estudam e procuram apenas melhoramento para repassarem seu conhecimento. Negar a titulação e a remuneração decorrente dela, demonstra incoerência de quem passa a maior parte do tempo repetindo como um mantra aos alunos a importância da qualificação, da formação acadêmica.
Dividindo essa linha de pensamento, o sociólogo Wilson Mesquita de Almeida ratifica que existe a consolidação de um modelo de Ensino Superior que prioriza o lucro em detrimento da qualidade. “Hoje, os fundos de investimento de educação reestruturam as instituições, reduzindo custos, com o corte de professores e outras medidas que influenciam na qualidade”, afirma o sociólogo. A lógica da política de ensino superior no Brasil, construído para suprir a baixa oferta de vagas em universidades públicas, tem reflexos diretos no modelo e na qualidade do ensino universitário brasileiro.
Vale ressaltar que esta, foi uma das diversas decisões que causam indignação, que do ponto de vista pedagógico, as consequências pós fusão SÃO DANOSAS, para não se dizer trágicas. Com unidades espalhadas em diversas regiões o método imposto de PADRONIZAÇÃO EM TODOS OS CURSOS – conteúdos, avaliação (PROVAS BIMESTRAIS E ATPS’s ELABORADAS PELA FILIAL DA INSTITUIÇÃO NÃO CONDIZENDO COM O MESMO CONTEÚDO DADO EM SALA), grade curricular (ALTERADAS ENTRE SÉRIES DISTINTAS, PARA QUE FOSSEM JUNTADAS AS SALAS) e material didático – têm eliminado a autonomia da prática docente.
Mencionando aqui a MUDANÇA DRÁSTICA sobre a preparação e avaliação atual do Trabalho de Conclusão de Curso ORIENTADO VIRTUALMENTE POR UM TUTOR –(NÃO SENDO DA MATÉRIA ESPECÍFICA ABORDADA PELO ALUNO) QUE, COM SIMPLES FUNDAMENTAÇÃO NAS NORMAS ABNT (responsabilidade mínima de um estudante que ingressa no curso superior ter conhecimento da mesma) APROVA O ALUNO AO INVÉS DE AVALIÁ-LO PELO SEU CONTEÚDO.
Nos questionamos qual seria o compromisso que a Anhanguera com a EDUCAÇÃO, já que foram aplicados altos investimentos na compra de outras instituições, mas em contrapartida, apenas reduções para o ensino. É o sucateamento da Educação.
Compartilhamos e deixamos registrado o sentimento de enganação por essa nova administração da Anhanguera, que está transformando a Educação em uma linha de produção de diplomas para após a conclusão de curso serem taxados como um profissional de nível inferior, "jogados aos lobos" no mercado de trabalho cada vez mais concorrido, exigindo constantemente, e de conhecimento geral, alto padrão na formação destes se quiserem obter uma carreira de sucesso.
Inaceitáveis condutas e decisões, inclusive sob o próprio Código de Conduta Kroton, que dispõe: "Nossa Companhia, composta por colaboradores administrativos e docentes está a serviço de nossos alunos. Nosso objetivo final é apoiá-los em sua formação pessoal, profissional e contribuir para sua empregabilidade. A Kroton Educacional entende sua responsabilidade perante a sociedade e cada um dos membros do corpo discente e, por isso, não poupa esforços para cumprir seu papel da melhor forma possível".
Ainda: "Entendem que os professores são exemplo e referência na formação dos alunos. Por isso, orientam sua conduta buscando serem respeitosos, corteses, abertos à diversidade, justos e focados no desenvolvimento dos alunos".
Portanto, tal conduta torna-se contraditória ao pregado pela Instituição.
Informamos também, que após retorno na tentativa de contato com a Instituição supra citada para esclarecimentos, que LEVAREMOS TAL RECLAMAÇÃO ao Ministério da Educação, que tem obrigação dupla em fiscalizar de perto essa e outras instituições que praticam a mercantilização desenfreada do ensino superior privado porque a LDB - A Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9394/96)- vem sendo desrespeitada sistematicamente nestas e, assim como inúmeras faculdades particulares e ainda, À IMPRENSA LOCAL, na tentativa de obter melhoras na instituição que escolhemos e confiamos para uma formação no mínimo adequada.
Diante do exposto, requer-se que sejam tomadas as providências cabíveis à espécie, inclusive, na tentativa de se evitar que mais professores/mestres tenham o mesmo destino.
Termos em que
pedimos e esperamos Deferimento.