Pedido Esclarecimentos aos Professores do Notre Dame Campinas
Para: Aos Pais do Notre Dame Campinas
Aos Mantenedores da Sociedade Santa Cruz, Ao Colégio Notre Dame Campinas e ao Corpo de Professores da Escola,
Nós, pais aqui assinados, respeitosamente nos sentimos no dever de nos posicionarmos perante as cartas publicadas por Vossas Excelências, nessa quinta-feira, 27 de Abril.
Está escrito no Website da escola, mais especificamente, na Visão: Em dezembro de 1960, por ocasião do lançamento da pedra fundamental, em seu discurso inaugural, Ir. Paulo Schaefer definiu assim a Visão de educação que sonhava para o Colégio Notre Dame: “Queremos formar verdadeiros Líderes para um Brasil novo, com base em Valores Humanos e Cristãos”.
Os fatos do dia de hoje, nos trazem insegurança da maneira na qual esses verdadeiros líderes estariam sendo formados. Entendemos e respeitamos o direito constitucional de greve do grupo docente. Democraticamente, também respeitamos o direito à diversidade de religião, ideologia política, etc…
Entretanto, faz-se necessário abrir o diálogo mais amplo em torno dos pontos levantados pelos professores e dada a característica de ineditismo e seriedade do ato, demanda ações de curto, médio e longo prazo entre toda a comunidade, a saber:
No curto Prazo:
- A retratação completa e imediata do grupo de professores uma vez não foram autorizados, em nenhuma hipótese, por nós pais, a utilizar a greve como mecanismo pedagógico educativo, conforme descrito no item 4, trecho "...Tem, além disso, uma dimensão pedagógica à medida que provoca uma reflexão que vai muito além dos conteúdos curriculares";
- Uma explicação por parte da Escola no sentido de entender a partir de que momento, foi permitido ao mesmos professores, utilizarem tal ferramenta como instrumento pedagógico, conforme atestado pelos mesmos;
- Relatório e transcrição das aulas de Ciências e Matemática do sexto ano, onde foi reportado que o tempo pedagógico foi consumido para abordagem e justificativa da greve; na eventual constatação de que o plano de aula não foi seguido, reposição do tempo;
- Esclarecimento referente relato do aluno de três anos que dizendo que a professora do Infantil 1, turno vespertino, explicou que a greve geral seria o "Dia da Bravura e que as pessoas não estariam cuidando do Brasil direito";
- Relatório e transcrição das aulas do nono ano, onde foi reportado que quase a totalidade tempo pedagógico de todas as aulas foi consumido para abordagem e justificativa da greve; adiante, foi alegado que a greve era "pelo futuro dos nossos filhos"; na eventual constatação de que o plano de aula não foi seguido, reposição do tempo;
- Acesso ao código de conduta dos professores ou material equivalente para entender o que a mantenedora considera como sendo comportamento aceitável no tocante a posicionamento político dos professores perante os alunos;
- Ressarcimento da mensalidade do dia perdido de aula. A reposição em dia de feriado pune duplamente os pais, uma vez que não poderão trabalhar para cuidar dos filhos nessa sexta-feira (28) além de não poderem gozar do feriado com as crianças pois estarão em aula em dia não planejado; além do mais, o Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado de São Paulo não é favorável, não autoriza nem apoia a greve.
- Reunião com Pais, Professores, Mantenedora e Escola para os esclarecimentos acima.
No médio prazo:
- O estabelecimento de um grupo que debata, de maneira científica e em cima de dados, os itens abordados na própria carta, como o déficit da previdência privada, a quantidade de desempregados no Brasil juntamente com debate sobre barreiras impostas pela legislação trabalhista atual;
No longo prazo:
- O estabelecimento de um grupo de trabalho para deliberar sobre diversidade ideológica, formas, legalidade e impactos de protesto, junto com o papel de todos (escola, professores, pais e alunos) na formação social das crianças e adolescentes.
No aguardo.
Os Pais do Notre Dame que não concordam com a greve.