Abaixo-assinado Atenção da Presidência da República para o Anel Rodoviário de Belo Horizonte
Para: Presidenta da República Federativa do Brasil
À Exma. Presidenta da República, Sra. Dilma Vana Roussef.
Exma. Sra. Presidenta,
diante do verdadeiro estado de calamidade que se instalou no Anel Rodoviário de Belo Horizonte, vimos à. V.Exa. pedir, em caráter de urgência, especial atenção para a situação. Fazemos isso apelando não só para a presidenta que já se mostrou sensível às necessidades da população que governa, ou à belorizontina que já demonstrou carinho por suas origens, ou à mãe, que já revelou nitidamente o espírito materno. Apelamos à presidenta que é belorizontina e que, como mãe, tem especial compreensão sobre o valor da vida humana.
Afinal, ano após ano, mês após mês, dezenas de vidas são ceifadas e grandes números de feridos são feitos nas tragédias que já se tornaram tristemente comuns naquela via que é fundamental para o trânsito da capital mineira e para a região metropolitana da cidade, ao mesmo tempo que é importantíssima para o fluxo do transporte rodoviário nacional. Lá, indistintamente, morrem crianças de todas as idades, jovens, senhoras e senhores, pais, mães, maridos, esposas...pessoas que deixam suas famílias inconformadas com o descaso e tristes com as perdas.
Apenas para que V. Exa. tenha certeza da dimensão da gravidade do problema,vale lembrar que, somente em 2010, 39 pessoas morreram no Anel. Somando a isso as dezenas de feridos, o prejuízo material, o transtorno dos engarrafamentos constantes, a sensação de insegurança na qual vivem as milhares de pessoas que são obrigadas a, diariamente, transitar pela via, trabalhando ou simplesmente se deslocando entre a residência e o trabalho ou a escola, e a demonstração de descaso público com esta tragédia urbana, V.Exa. encontrará como resultado os motivos suficientes para atender ao nosso pedido de atenção.
Se fazemos este pedido diretamente à V. Exa. é porque perdemos a confiança na capacidade que as autoridades que estão diretamente relacionadas ao problema têm para lidar com a situação. E não é para menos. Enquanto vidas são perdidas, pessoas que deveriam, minimamente, trazer conforto à população, preferem desconhecer a urgência por soluções que a calamidade exige, e parecem encarar a situação apenas pelo viés das obras públicas. Com esta visão apenas técnica, tais autoridades vêm a público se eximir da responsabilidade, declarando, inclusive, que "é impossível fazer mágica", como recentemente disse à imprensa o chefe de engenharia de trânsito do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em Minas Gerais, Sr. Álvaro Campos.
Exa. Sra. Presidenta, nós não esperamos mágica, porque sabemos que as mágicas são ilusões. Ao contrário, pedimos soluções concretas e urgentes para uma situação que é de responsabilidade do poder público e que, diariamente, coloca em risco a vida de quem, vindo de todos os cantos do Brasil, da capital ou de sua região metropolitana, é obrigado a transitar pelo Anel Rodoviário de Belo Horizonte.
Diante do exposto, desde já, agradecemos Vossa deferência.
Atenciosamente
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