Abaixo-assinado Combate à Violência da Polícia de Maracaçumé/MA
Para: Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão (SSP/MA)
Vimos a público solicitar a ajuda da sociedade civil para que a Secretaria de Estado da Segurança Pública do Maranhão (SSP/MA) apure o assassinato de Celias Tavares Pereira, padeiro, 34 anos, que nas primeiras horas do dia 20/07/201 foi brutalmente torturado nas dependências da Delegacia de Polícia de Maracaçumé. Os autores deste crime bárbaro e cruel, que afronta princípios constitucionais basilares do Estado Democrático de Direito teoricamente em vigor no Brasil, são os policiais militares de plantão naquela delegacia de policia no dia 20 de julho, os quais, após receberem o chamado da senhora Paula, informando que o Celias Tavares estava muito agitado e gritava por socorro, pois alguém estaria lhe perseguindo. Tudo isso ocorreu por volta das 03h da manhã do dia 20/07/2012.
Celias saiu de casa, já gritando e desesperadamente pedindo por socorro. Adentrou na casa desses vizinhos, segundo eles mesmos relataram para sua irmã, Maria das Dores Tavares Pereira, que por sua vez relatou (Anexo documento da delegacia) ao Delegado Murilo Tavares Pereira, que, frise-se, NÃO POSSUI NENHUM GRAU DE PARENTESCO COM A FAMÍLIA DA VÍTIMA. Segundo a senhora Paula e o seu marido, conhecido apenas como Neguinho do Ouro, Celias desmaiou antes da chegada da Polícia. Os policiais o algemaram, mesmo desacordado, e o levaram para delegacia, segundo os mesmos disseram às pessoas ali presentes conforme fora relatado pelos próprios policiais.
Algumas pessoas que presenciaram o ato de prisão várias dessas pessoas disseram à irmã da vítima, que o mesmo ESTAVA SEM NENHUMA MARCA DE AGRESSÃO OU ESPANCAMENTO, e se assustam ao ver as fotografias dele quando foi retirado da Delegacia, num estado deplorável, completamente arrebentado, com vários hematomas e sinais de espancamento. O senhor Raimundo Orlando Mendonça, parente da família, foi quem conseguiu a liberação da vítima para leva-lo até o hospital.
A partir de então, Celias Tavares foi levado inicialmente para o hospital do município Governador Nunes Freire, sendo encaminhando para o Socorrão II, em São Luís. Após avaliação dos médicos no Socorrão II, a vítima foi liberada. No entanto, Celias continuou em estado gravíssimo, sendo levado pela família ao hospital UDI, onde foi constatado insuficiência renal aguda, sendo imediatamente encaminhado para a UTI deste hospital.
Ficou na UTI deste hospital por 3 dias, sendo em seguida transferido para a UTI do hospital Socorrão II, onde veio a falecimento no dia 11 de agosto.
Nesse diapasão é importante notar que a prisão em flagrante delito da vítima, de acordo com a versão da polícia, não foi imediatamente comunicada à autoridade policial, nem muito menos ao juiz daquela comarca, incorrendo dessa forma em visceral ilegalidade.
Dessa forma, resta demonstrado que os policiais são os responsáveis pelas agressões sofridas por Celias Tavares Pereira, que culminaram na morte dele no dia 11 de agosto de 2012.
Seus familiares conclamam a sociedade civil do Maranhão que se manifestem neste abaixo-assinado pedindo providências do poder público, da Secretaria de Segurança e das demais instituições constituídas e competentes para resolverem esse imbróglio, na verdade mais um caso de injustiça que ocorre em terras maranhenses, e a sociedade maranhense não pode ficar calada diante dessa situação, sob pena de incentivar ainda mais esse tipo de selvageria praticada por agentes públicos que seriam responsáveis pela nossa segurança, que teimam em manchar a imagem de nosso Estado.
