Abaixo-assinado Beber e Dirigir
Para: Congresso Nacional
'Não pode beber nada', diz Ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, sobre a regulamentação da Lei Seca.
Segundo ele, qualquer quantidade ingerida será percebida no bafômetro. Contran baixou limite de 0,1 mg de álcool por litro de ar para 0,05 mg/l.
Tirando as contas a limpo...
Tirando as contas a limpo, cheguei à conclusão que, beber e dirigir lucra-se muito bem.
Como? Isso mesmo.
Quem bebe e dirige não tem domínio de conduzir qualquer tipo de veículo. O sujeito está fisicamente e psicologicamente sem condições necessárias para gerir qualquer tipo de transporte. Seja um automotor, um jet-ski, um ciclomotor, um avião, uma lancha, uma bicicleta, um submarino. Sem descartar, claro, até de caminhar.
O sujeito sabe conscientemente que não pode. Não pode dirigir se beber. Isso ele sabe perfeitamente. Mais se beber antes de dirigir, ele assume o risco de cometer um acidente. Risco que colocam não só ele em perigo potencial como também a outras pessoas, animais e bens.
Suponhamos que o esse condutor, bêbado, tenha atropelado com seu automóvel um ciclista na via pública.
O ciclista cai. Espatifa-se no pavimento.
O condutor bêbado só se detêm após se chocar com um poste de energia elétrica após o veículo ter quase passado por cima da bicicleta e o atropelado um pouco mais a frente.
Cabos da rede elétrica se soltam e chicoteiam no chão soltando faíscas e deixando toda a área do entorno sem energia. Uma grande explosão no transformador espalha cheiro de queimado e muita fumaça cortando o fornecimento nas linhas de transmissão. Toda a área ficará inoperante. TVs, geladeiras, alarmes, vitrines, semáforos, luzes residenciais e comerciais, elevadores, etc.
Alguém chama o socorro.
01- Com o socorro virá também à polícia.
02- Pessoas se aglomerarão.
03- Algumas fotografarão e outras filmarão.
04- O trânsito sofrerá uma interdição ou ao menos ficará parcialmente retido.
05- Colocarão cones e fitas de isolamento.
06- A polícia científica ou pericial poderá ser acionada.
07- Guardas de trânsitos, PMs, policiais civis e do resgate, que já estão no local, anotam o fato. Cada um registrando o acidente para documentá-lo.
08- A empresa responsável pela rede elétrica se prontifica no local para reparar o estrago e fornecer novamente a eletricidade.
09- Os socorristas realizam procedimentos de praxe para remover o acidentado.
10- Uma vez acondicionado em uma maca especial com diferentes aparelhos de transporte para feridos, é colocado na ambulância. Soros já foram injetados. Coleira cervical colocado. Os paramédicos mobilizam outros aparelhos no interior da UTI móvel (pressão arterial, oxigênio, bolsas de sangue, etc.)
11- Motocicletas da PM se mobilizam para facilitar o tráfego na frente da UTI.
12- Um helicóptero da polícia sobrevoa o local dando apoio logístico.
13- Outro helicóptero, este também do resgate pode ser acionado para descer em algum local (sempre perigoso) para carregar o acidentado e transportá-lo a um hospital mais rapidamente.
14- Mais um helicóptero. Este de uma emissora de Tevê transmite ao vivo nos receptores.
15- Guinchos preparam a remoção do veículo.
16- O bêbado, como não sofreu nenhum ferimento está sendo atuado pelas autoridades.
17- O atropelador realiza o teste do bafômetro e as autoridades constatam que o aparelho acusa 13 vezes acima do permitido pela Lei Seca. Isso representa um alto índice de álcool no sangue.
18- O motorista está preso em flagrante e será encaminhado a uma delegacia.
19- O bêbado liga para parentes. Uma mão no celular e outra se segurando ao carro.
20- O bêbado tenta ligar para seus advogados.
21- O bêbado senta na sarjeta e observa toda a movimentação como se estiver assistindo um filme de romance.
22- Uma viatura policial leva o bêbado para a delegacia.
23- O guincho finalmente começa a remoção do automóvel. Destino, o pátio do DETRAN.
24- A bicicleta é levada por uma camioneta da corporação policial para entregar no depósito do DETRAN.
25- Lentamente a pista é liberada para o trânsito veicular.
26- A aglomeração inicial de curiosos, fotógrafos e jornalistas abandonam o local.
27- Durante esse meio tempo, a UTI chega ao hospital e entrega na emergência o ciclista atropelado.
28- Enfermeiros e médicos estão de prontidão na espera do paciente desde que foram acionados pelas equipes de socorristas da UTI móvel.
29- O médico plantonista (geralmente um clínico) aciona imediatamente os especialistas. Ortopedistas, neurologistas, cardiologistas, cirurgiões, anestesistas, técnicos e enfermeiros do centro cirúrgico.
30- O paciente é avaliado na emergência do hospital e constatam uma fratura exposta de antebraço.
31- O atendente da recepção procura saber dados do acidentado. Pede documentos. Verifica se já tem prontuário. Registra. Passa os dados aos médicos.
32- A polícia rodoviária tenta entre a correria obter dados do acidentado e conseguir conversar com o ciclista sobre o acidente.
33- Os médicos dão ordens, pedidos de exames e registram todo no prontuário do acidentado.
34- A equipe da radiologia prepara a sala de Raios X para receber o acidentado. Pedem para os pacientes que está na fila aguardar.
35- Após 20 minutos de exames (foram realizados radiografias de crânio, pulmão, coluna cervical, coluna dorsal, coluna lombar, bacia, ambos os membros inferiores e superiores) o médico radiologista constata que o acidentado teve somente uma fratura de antebraço.
36- Como a fratura é exposta (os ossos do antebraço estão á vista) também sangram. Muito.
37- O enfermeiro providencia imediatamente uma bolsa de sangue compatível com o paciente (já foi tipificado para saber o tipo e grupo sanguíneo) e realiza a transfusão.
38- O paciente é transferido para o centro cirúrgico. Enfermeiros acompanham a maca suspendendo soros, sondas, bolsa de sangue, monitores, etc.
39- São realizados no paciente os procedimentos ante da cirurgia. (Limpeza geral (banho total), troca-se de roupas por outras específicas, registros, controles, etc.)
40- A equipe do centro cirúrgico (ortopedistas, cirurgião, instrumentadores, radiologista, auxiliares) realizam os procedimentos prévios.
41- O anestesista entra em ação.
42- Durante a cirurgia são empregados vários aparelhos especiais (aparelhos de Raios X com arcos cirúrgicos, mesa cirúrgica ortopédica, aspiradores, aparelhos de controles vitais, sondas, etc.)
43- Após mais ou menos duas horas, a equipe finaliza a cirurgia e o paciente é transferido para uma sala especial de recuperação aos cuidados de enfermeiros.
44- Durante esse mesmo tempo, a sala cirúrgica utilizada fica interditada momentaneamente para retirada de roupas usadas, gessos, materiais descartáveis, acondicionamentos dos aparelhos utilizados em seus devidos locais, etc.
45- Toda a roupa usada deverá de ser colocado em um saco especial, incluindo a roupa de todo o pessoal (médicos, técnicos, auxiliares, etc.)
46- Luvas, gazes, sondas, bolsas de soros vazias, panos, etc. são colocados em sacos de lixo separadamente.
47- O paciente poderá de ser novamente transferido, agora para uma enfermaria, após a alta da equipe de recuperação.
48- O paciente poderá ficar entre dois a sete dias internados. Isso vai depender do tipo de fratura e do procedimento praticado.
49- Entrementes, parentes e amigos se deslocam para saber de seu estado. Alguns telefonam a administração do hospital para saber os horários de visitas, seu estado atual e quando estará de alta e outros dados.
50- Finalmente, o paciente recebe a alta hospitalar. O paciente ficou internado 10 dias no hospital tomando medicamentos, sendo alimentado e todo tipo de atendimento próprio para um paciente internado.
51- Agora vai correr atrás de seus direitos (atestados médicos, policiais, advocatícios, DPVAT, etc.)
52- A partir de agora o ciclista terá que realizar vários expedientes (entregar os atestados médicos a seu empregador, sendo acompanhado ou não de um advogado responder ao inquérito policial, retirar a sua bicicleta do DETRAN, assinar declarações e súmulas, entrar em acordo com o atropelador etc.)
53- O tempo revisto inicialmente pelos médicos atesta que o ciclista ficará fora de suas funções por um período de noventa dias.
54- O atropelado deverá de recorrer ao INSS para providenciar seus direitos.
55- A cada tempo deverá de fazer controles médicos.
56- Ainda deverá de tomar medicamentos.
57- Irá ainda ao depósito do DETRAN (munido de vários documentos) para retirar do que sobrou da sua bicicleta.
58- E o nosso bêbado?
59- Ele foi atuado sim.
60- Cometeu várias infrações.
61- A penalidade será estipulada pelo CONTRAN.
62- Será recolhido o documento de habilitação.
63- Responderá a um processo policial.
64- O atropelador acionará o seguro.
65- Vária providencia serão tomadas até que, em fim, o acidente, seja encerrado.
66- O custo total do atropelamento deixou um saldo de aproximadamente, R$ 30.000,00 (trinta mil reais)
67- Ainda que os profissionais médicos tivessem realizado um trabalho impecável reconstruindo o braço do ciclista, ele vai ficar com sequelas e, obvio, ficará encostado no INSS por muito tempo. Após incontáveis perícias, o atropelado receberá a aposentadoria.
68- O atropelador, fora de responder pelo acidente, pagar as multas, recuperar a sua licença, estará novamente dirigindo seu veículo (bêbado ou não) sem nenhum problema.
Isso quer dizer o seguinte: Você, eu, todos nós, os que pagamos impostos, fomos os prejudicados e pagamos as bebedeiras dos motoristas irresponsáveis. Pagamos o vício do indivíduo que, depois de beber, senta no volante e dirige sem condições.
O assunto é sério. Pode ser fatal. Pode não ter sido somente um braço fraturado.
Hasta quando continuaremos pagando as cachaças e os custos resultantes dos que dirigem e que sabem que não estão em condições físicas e mentais para se sentarem atrás do volante de qualquer tipo de veículo?
Recentemente foi elevado o valor que penaliza o condutor que desrespeita esse ato do Art. 166 CTB. A regulamentação do Contran prevê que, no teste do bafômetro, a partir de 0,05 miligramas de álcool por litro de ar, o motorista já vai ser autuado por infração de trânsito. No entanto, o índice de 0,05 é como uma margem de erro e representa a ingestão de qualquer quantidade de álcool. Isso porque o bafômetro possui uma margem de erro de 0,04.
O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, disse nesta terça-feira (29) que, com a regulamentação do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) em relação à Lei Seca, não será tolerado nenhum índice de álcool no organismo do motorista. "Não pode beber nada. De forma prática, não se pode beber nada"
Para exames de sangue, a resolução estabelece que nenhuma quantidade de álcool será tolerada. O limite anterior era de 0,2 decigramas de álcool por litro de sangue. A infração continua classificada como gravíssima e o valor da multa é de R$ 1.915,40, além de o motorista ficar impedido de dirigir por um ano.
-------------------------- O valor não está de acordo ao custo que o indivíduo poderá gerar quando dirige bêbado. ---------------------------
Vamos pressionar para que o custo seja equitativo aquilo que realmente pode provocar.
Quando um marginal transporta entorpecentes em um veículo e é pego pela polícia, o proprietário perde o móvel, a mercadoria e ainda leva uma pena longa na prisão.
Veja que mesmo assim, assim que o traficante tiver condições, irá delinquir novamente.
Outro. Se Polícia Militar Ambiental pegar um pescador realizando pesca furtiva e depredatória, é preso imediatamente. Multado, responderá a um processo. O barco e seu motor e toda a tralha de pesca é aprendida. A tralha será incinerada. O barco e o motor irão a leilão. Se já tiver pego peixes, estes serão entregue a instituições de caridade.
Mais não acredito que qualquer cidadão irá querer perder seu automóvel (será recolhido e irá imediatamente a leilão e o valor entregue a secretaria da saúde), ganhar uma multa bem alta de uns R$ 15.000,00 mais ou menos (se não pagar vai para a cadeia) e voltar a dirigir bêbado novamente.
Esses R$ 1.915,40 estão ao encalce de quem tem qualquer veículo de transporte. Depois do primeiro copo acaba a forma de se comportar. Que são R$ 1.915,40 se esse dinheiro é uma bagatela? Para outros, esse risco é uma verdadeira aventura!!
Seja um carro, um avião, um jet-ski, uma motocicleta, um barco, um ônibus, um caminhão, ou um transatlântico que requeiram atenção absoluta do seu condutor.
Multiplique os R$ 30.000,00 pelos bêbados que dirigem em nosso país.
A saúde, em todos os sentidos, ficará muito grata. Muito mesmo.
Ainda, a minha proposta, seria que se veiculem pelos círculos jornalísticos os dados do bêbado que causou todo esse incidente. Dados gerais do indivíduo, fotografias do sem-vergonha, endereço de residência do atropelador, profissão e local de trabalho do bêbado.
Nada de “que não pode aparecer...” porque a lei no permite.
Então a lei protege esse assassino?
Quem bebe e dirige é um assassino em potencial declarado da sociedade!!
-------------------------------- Trabalho no Hospital Regional de Nova Andradina no Departamento de Radiologia como Tecnólogo em Radiologia médica. Meu nome é Edgardo Salvador Dal Molin. Também sou escritor sobre ciências mesoamericanas e escrevo com o pseudônimo de René Haurón. Meu telefone de contato: 067- 81665392.
