Abaixo-assinado MOCHILAS LEVES NO SANTA
Para: COLÉGIO SANTA CRUZ - SÃO PAULO
Ao Colégio Santa Cruz
Há tempos vários pais de alunos do Santa têm se preocupado com o peso das mochilas de seus filhos. Os próprios alunos, muitas vezes, se adiantam nas queixas sobre o excessivo peso.
Esse assunto acabou por frequentar as discussões no grupo “Pais do Santa” que se formou em rede social eletrônica. Inúmeras manifestações se sucederam, muitas com sugestões interessantes e aparentemente de viável adoção pela escola, a curto, médio e longo prazos.
A preocupação, todos acreditam, não é vã. Algumas famílias chegaram a pesar as mochilas, encontrando-se resultados surpreendentes: houve mochila com até praticamente 10 Kg! Há notícia também de adolescentes e crianças que já apresentam escolioses acentuadas para a idade. Ninguém parece duvidar, aliás, de que a submissão diária da criança ou adolescente a pesos excessivos é nociva à sua integridade e saúde. E evidentemente não se pode conceber que o desenvolvimento educacional e intelectual das crianças e adolescentes deva necessariamente representar um comprometimento de seu desenvolvimento físico e de sua saúde corporal.
A título de exemplo e certamente sem pretensão de esgotar o assunto, mencionam-se as seguintes ideias apresentadas pelos pais de alunos nas referidas discussões do grupo “Pais do Santa”:
1) Armários: disponibilização de armários individuais para que os alunos deixem a maior parte do material na escola, com trabalho de orientação e incentivo aos alunos para o seu uso adequado, até mesmo com envolvimento das famílias;
2) Livros e dicionários: disponibilização de exemplares na própria escola, para uso coletivo, de forma que o aluno possa manter o seu próprio livro em casa. Esse sistema parece não ser desconhecido do Santa Cruz que, possivelmente, já o utilizou em algum momento passado;
3) Cadernos: utilização de um único caderno para todas as disciplinas, com renovação periódica (talvez trimestralmente). Esse sistema reduz o número de cadernos para um ou no máximo dois e, ao menos em princípio, pode contribuir para a otimização do consumo de papel;
4) Cadernos: substituição do caderno convencional por fichários, de forma que o aluno leve para a escola apenas algumas fichas, arquivando as já utilizadas em pasta mantida em casa. Esse sistema é adotado em várias escolas, no Brasil e no exterior;
5) Exercícios dos livros: tendo em vista que muitas vezes o livro é necessário em aula para a realização dos exercícios, o professor poderia projetar a página do livro em tela grande e os alunos fariam o exercício em folha avulsa ou no caderno, conforme se decidir melhor. Com isso, o livro poderia ficar em casa apenas para estudo. Essa ideia foi dada informalmente por uma aluna ouvida;
6) Livro digital: paulatina substituição do livro convencional pelo livro digital, o que permitiria condensar vários livros num único e leve equipamento de leitura (tablet ou similar). Talvez seja melhor, ao menos no início, que a substituição seja opcional, preservando-se a preferência de cada família pela migração total ou parcial, ou mesmo a manutenção do uso do livro impresso. Sabe-se que essa medida é inviável a curto prazo, mas sua adoção dentro de um planejamento des logo formulado atende à abreviação do processo e conforma-se à incontornável evolução dos meios de suporte de conteúdos.
Essas são apenas algumas ideias a serem avaliadas pela escola, em conjunto com as famílias, visando melhorar a qualidade da vida escolar e pessoal dos alunos. Com certeza, muitas das inovações imaginadas dependeriam de adaptação de todos e, consequentemente, da boa vontade não apenas de professores e alunos, mas também dos próprios pais. Mas é só com a conjugação do esforço de todos que se poderá não apenas alcançar a solução do específico problema das mochilas, mas também desenvolver um aprendizado de participação comunitária e de cidadania para todos nós.
No aguardo da atenção da escola, subscrevem esta carta algumas mães e pais que do assunto já vêm se ocupando.
Atenciosamente,