Ceará Filmes: a hora é agora!
Para: Governo do Estado do Ceará; Governador Elmano de Freitas
{Por que implementar uma empresa pública de audiovisual no Ceará?}
A crescente produção de filmes, séries, animações, games e conteúdos digitais revela o vigor criativo do Ceará, com reconhecimento nacional e internacional. No entanto, esse crescimento esbarra em limitações da Secretaria da Cultura do Estado do Ceará (Secult-CE), que, ao gerir diversas linguagens artísticas, enfrenta dificuldades concretas para acompanhar as especificidades e demandas crescentes do audiovisual.
Problemas recorrentes com calendários de editais, acompanhamento técnico insuficiente, ausência de políticas continuadas e carência de pessoal comprometem o potencial econômico transformador dessa cadeia produtiva. Além disso, a falta de uma estrutura dedicada impede o Ceará de aproveitar plenamente oportunidades estratégicas de fomento, parcerias, coproduções e projeção econômica do setor no Brasil e no exterior.
[A solução]
A solução já é conhecida pela categoria e debatida há anos: a criação de uma empresa pública estadual de audiovisual, nos moldes de experiências bem-sucedidas como a Spcine, na cidade de São Paulo, e a RioFilme, no Rio de Janeiro. Essas instituições provaram que uma estrutura especializada permite políticas públicas consistentes, planejamento de longo prazo, articulação com o setor privado, capacitação técnica e geração de emprego e renda. Outros estados e municípios brasileiros já avançam em iniciativas semelhantes, reconhecendo o audiovisual como motor de desenvolvimento (caso da Bahia, com empresa pública em fase de implementação).
[O que muda?]
Com uma empresa à frente do audiovisual, o setor ganha com agilidade, especialização e oportunidade de negócios. É possível projetar, sem exageros, um calendário para lançamento, oitivas, inscrições e resultados dos editais. Assim como a criação de um observatório para análise de dados das produções e agentes culturais, garantindo planejamento estratégico. Mais um exemplo é a conexão desta empresa com outros agentes privados em prol de parcerias diversas pelo mundo.
[Mas o que está faltando?]
O Governo do Ceará implementar.
O governador Elmano de Freitas é favorável à causa e em evento dos 100 anos do cinema cearense, no próprio Palácio da Abolição, solicitou projeto técnico à SECULT/CE. O estudo foi feito e agora depende apenas de orçamento e trâmites políticio-administrativos para se efetivar.
[O que fazer?]
A hora de agir é agora. Adiar mais uma vez essa decisão pode significar, novamente, perder o momento certo. O contexto é favorável: há uma retomada de investimentos no setor em nível nacional, uma mobilização crescente da cadeia produtiva local, e, sobretudo, a atuação atenta da atual gestão à frente da Secult-CE, cuja escuta e compromisso com o setor devem ser reconhecidos.
Vale destacar a boa safra de premiações e conquistas das pessoas que fazem cinema no Ceará – mesmo com extremos desafios de orçamento, concorrência altíssima de outros pólos e ausência de programas de apoio públicos bem definidos.
O Ceará tem hoje a chance de dar um passo histórico e estruturar definitivamente sua política pública de audiovisual. Nós, profissionais, realizadores, produtores, técnicos, estudantes, gestores e cidadãos comprometidos com a cultura, a economia criativa e o futuro do Ceará, defendemos e assinamos este abaixo-assinado pela criação da empresa pública estadual Ceará Filmes.
Trata-se de um avanço necessário, viável e urgente.
Está nas mão de Elmano de Freitas.