Abaixo-assinado Substituição do Espelho D'Água no Campus Santo André da UFABC por jardim habitável
Para: Prefeitura Universitária UFABC; Reitoria da UFABC; Coordenação de Obras do Campus Santo André da UFABC
Uma das mais recentes finalizações das obras do Campus de Santo André da UFABC é o espelho d’água, entre os blocos A e B deste mesmo campus, ocupando uma área razoavelmente grande da fachada do Bloco B e toda a parte inferior à rampa de acesso ao Bloco A. A instalação, entretanto, teve baixíssima aprovação entre o corpo discente da universidade, visto que, pela ótica dos usuários do campus, o espelho d'água possui pouca ou nenhuma utilidade, inclusive criando alguns incômodos, talvez não previstos no projeto da obra.
Dentre as aplicações dos espelhos d'água na arquitetura deve constar o bem-estar visual daqueles que utilizam a área comum em que ele se localiza. Este resultado tem se mostrado oposto ao desejado. Os espelhos d'água são utilizados, sobretudo, para dar destaque a uma edificação, cuja beleza da fachada se vê duplicada na superfície da água. Os edifícios em questão, contudo, são em consenso desagradáveis esteticamente, sendo, portanto desnecessário o destaque de suas fachadas. Além disso, as dimensões do objeto desta crítica não é suficiente e nem satisfatoriamente posicionada para que haja este efeito visual, visto que, além de pequeno, o espelho se encontra à sombra, não tornando a superfície refletiva. Outro importante efeito é a evaporação da água, mantendo seus arredores com um ar mais úmido e portanto mais saudável. Ocorre que o Campus se encontra à margem do rio Tamanduateí, numa região de topo de serra, onde costumeiramente se tem ventos vindos do litoral trazendo umidade oriunda do mar. O uso de um espelho d'água para este fim é, portanto, desnecessário.
Quando da realização do acabamento do espelho d'água, as sobras de material de construção (rejunte, pastilhas etc.) não foram retiradas e não houve limpeza preliminar do local, preenchendo-se o espaço com água, sem maiores cuidados. O espelho está sujo desde seu primeiro dia de funcionamento. A falta de limpeza inicial se manteve na forma de pouca ou nenhuma manutenção, ao ponto em que a água do local encontra-se cheia de algas e musgo, atribuindo-lhe um aspecto desagradável aos olhos do transeunte. Por conta de sua localização, frente a um dos únicos espaços de convivência a céu aberto que a Universidade disponibilizou aos alunos e funcionários, onde não há latas de lixo ou cinzeiros, o local se encontra cheio de lixo e bitucas de cigarro. Some-se a todos estes fatores a preocupação recorrente dos alunos com a água parada no espelho d'água - que está claramente não tratada, como supracitado - com a proliferação de vetores de doenças como a dengue, cuja frequência é alta nesta região geográfica durante os meses de verão.
Com base nos problemas apontados acima, o corpo discente, docente e técnico-admnistrativo da Universidade Federal do ABC solicita que o espelho d'água seja substituído por um jardim, que permita o passeio, que conecte a fachada dos prédios ao estacionamento no fundo dos mesmos, e que possua mobiliário adequado para a utilização deste espaço útil pelos usuários do campus. Visto que a instalação é basicamente uma caixa estanque com de drenagem, o jardim pode ser feito no local com poucas adaptações ao que já existe. Nos locais onde o plantio é mais complexo, entende-se que é possível manter parte do jardim com água, desde que esta parte tenha seu tamanho reduzido, sua estética modificada e sua manutenção garantida.
Recomenda-se a formação de equipe formada por membros de diferentes núcleos da UFABC, a fim de elaborar um projeto colaborativo em concordância com as demandas dos usuários do Campus, como mecanismo de gestão participativa. Neste caso, sugere-se o engajamento de alunos e professores dos cursos de Engenharia Ambiental e Urbana e Bacharelado em Ciências Biológicas, visto que estes cursos tem relação direta com o assunto e podem agregar qualidade ao projeto. Já existem alguns alunos que se voluntariam a participar.
