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S.O.S CINE JOÃO XXIII e Memória Visual da Catedral de São José de Macapá

Para: Diocese de Macapá - Bispo Dom Pedro José Conti

OLHARES ESPICHADOS NA RIBANCEIRA
Por Osvaldo Simões

Enquanto batem timbó na beira do rio de suas ambições, tentando entorpecer nossa memória, sob essa fortidão gananciosa ficamos com olhares espichados na ribanceira. Um dia chegaram, montaram um grande barracão e disseram que aquilo era para passar-projetar-exibir filmes com películas vindas da Itália e de outras partes do mundo. Ensinaram - nos boas maneiras e as melhores formas de nos relacionarmos com o divino!
Depois, construíram um casario e o denominaram de prelazia. Alí ficava a casa paroquial e logo mais a frente um espaço para o cinema, teatro ou qualquer show que ali resolvessem realizar. A felicidade tomou conta da cidade, pois ganhamos o CINE JOÃO XXIII. A entrada principal era pela Rua São José, sim, uma entrada estreita com cadeiras laterais para acomodar os que fossem assistir a segunda sessão. Moleques com seus tabuleiros, confeccionados com caixas de cebolas jogadas nas dependências das casas comerciais: Brunzuick, Armazém do seu Nelí ou a casa dos Alcolumbres, vendiam bombons de todos os tipos.
Dentro existiam dois ambientes, um abaixo outro acima, mas todos direcionados a tela onde era projetada as imagens do filme. Imensas janelas com suas cortinas coloridas e grandes ventiladores ornavam as paredes laterais. Quando anunciavam o início do filmes, moleques passavam a assoviar, alguns utilizavam papel dos bombons consumidos para inventarem outros sons ensurdecedores aos ouvidos.
Ao término da sessão a saída era por debaixo da tela, ou melhor, por debaixo do palco onde ficava a tela. Saia-se no largo dos inocentes. Sim, descia-se por debaixo do palco e subia - se alguns degraus que levavam ao largo dos inocentes, no fundo da Igreja Matriz, próximo ao Pensionato das freiras (Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria, fundada em 1916).
Os olhos saiam avermelhados, tudo por causa da fortidão das luzes, ou por causa de lágrimas roladas pelas histórias contadas nas fitas exibidas. Nas laterais também possuíam saídas, uma na esquerda dando acesso aos jardins-garagem da casa paroquial (quantas cabecinhas de pneu de bicicleta desapareceram, ou quantos pneus foram vazados para ajudar o menino na esquina e sua bomba de encher pneus!) e outra à direita, que levava em direção a uma sorveteria/ bar. Muitas histórias ali ficaram! Ali, também servia de estacionamento para as bicicletas dos rapazes e moças que após às sessões, desfilavam na frente do Hotel Macapá.
...E era assim o Cine João XXIII, sessão lotada em Sansão e Dalila, Heródes, Bem Hur! Um dia sem nenhuma explicação a diocese resolveu paralisar, ou melhor, fechar a casa de espetáculos. Fecharam um espaço que serviu a comunidade amapaense através das apresentações das manifestações artísticas culturais em vários segmentos. Como se não bastasse a atitude de uns que um dia aterraram o cine territorial, agora chega a vez de vender, negociar e derrubar nosso espaço inocente, descaracterizando nosso espaço e nossa história! Espaço este, marco inicial de toda uma arquitetura para os olhares amapaense, e necessário à compreensão de nosso passado e o movimento de nossa sociedade.
Quer dizer, além de um dia quebrarem a coroa do divino espirito santo da confraria com a mesma denominação, agora resolvem quebrar nossa cabeça com uma balada advinda de suas baladeiras irresponsáveis. Querem quebrar nosso patrimônio histórico: casario da prelazia, e principalmente nosso cine João XXIII! Sim...foram os padres que construíram, mas agora é da comunidade, da cidade de Macapá, e não só o espaço do cine, mas todo o complexo da prelazia, todos eles fazem parte da memória do povo.
Pela falta de compromisso com a historia é que pedimos proteção à Congregação das Filhas do Coração Imaculado de Maria, fundada em 1916 para que mostre/ toque o coração do responsável desse Patrimônio Histórico Cultural Material do povo amapaense, fazendo – o entender o sentimento do povo e a importância desses prédios para gerações vindouras. Que o progresso gerado pela ampliação de um shopping na região central de Macapá, não nos cegue diante da importância histórica de manter sempre viva a memória de seu povo!

Por mais que não se trate de um bem patrimônial tombado pelas lei vigentes neste estado, entendemos que o Cine João XXIII, a Catedral de São José e todo o seu entorno foram construídos pelo povo, que doou, e continuando doando para as obras da igreja. Logo, o Povo Amapaense é o verdadeiro dono destes espaços! Precisamos ser consultados sobre o destino tramado para o patrimônio que ajudamos a construir!!!




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