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MANIFESTO DE APOIO À BIBLIOTECÁRIA ATIVISTA DAS BIBLIOTECAS PRISIONAIS, CATIA LINDEMANN

Para: CONSELHO FEDERAL DE BIBLIOTECONOMIA

Catia Lindemann, bibliotecária e ativista social, atua em projetos que incluem o livro, a leitura, a literatura e a biblioteca no sistema carcerário brasileiro, de forma voluntária, desde 2011, quando ainda era aluna do curso de Biblioteconomia da Universidade Federal de Rio Grande (RS). Convém ressaltar que a Biblioteconomia não lhe foi uma imposição, mas escolha, já que a mesma atuava na área das Artes Plásticas e, ao montar um cenário de teatro na prisão, descobriu que os presos decoravam um texto sem sequer saber quem era o autor. Diante da resposta dos presos, quando ela lhes perguntou se não costumam frequentar a biblioteca do cárcere, eles lhe disseram: “A gente não tem nem livro, que dirá biblioteca.” Segundo a própria Catia, em suas falas pelo Brasil, naquele instante nasceu a sua luta pelas Bibliotecas Prisionais. De posse da informação de que biblioteca na prisão não é favor e sim legalidade, ela foi cursar Biblioteconomia, para adquirir a competência necessária para atuar profissionalmente nas bibliotecas e, segundo a própria, poder leva-las às prisões, ainda que seja uma obrigação do governo, ela lutou e luta dando a sua contribuição, sem remuneração alguma, enquanto sociedade civil.

Durante esses 10 anos desenvolveu diversos projetos nesta linha, participou de ações junto a outras e outros alunos de cursos da área pelo país, ministrou palestras em universidades, no Conselho de Justiça do Rio Janeiro, participou e, atualmente, integra o Grupo de Trabalho do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) dentro do “Plano Nacional de Fomento à Leitura em Ambientes com Privação de Liberdade”, além de representar a América Latina e o Caribe dentro do Grupo de Trabalho - Prison Libraries – da IFLA/UNESCO.

É sabido por todas e todos que conhecem o trabalho de Catia, de perto, ou que o acompanha, por meio das divulgações em redes sociais, blogs e lives, que em seu discurso, ela apresenta resultados fundamentados de suas ações, de sua luta, tanto o quanto cobra do poder público e órgãos de classe a elaboração e aplicação de políticas em prol, não apenas das bibliotecas prisionais, como também das bibliotecas escolares, comunitárias, projetos com livro e a leitura, entre outros. Sua defesa e atuação está concentrada na linha da Biblioteconomia Social, que desenvolvem iniciativas de inclusão e acessibilidade das pessoas em vulnerabilidade social, em diversos contextos, ao livro, à leitura, literatura, biblioteca e educação.

No ano de 2020, a bibliotecária foi convidada, na condição de presidenta da Comissão Brasileira de Bibliotecas Prisionais, a fazer parte do GT - CNJ. Seu nome foi publicado, como membro do GT, dentro da defesa das Bibliotecas Prisionais, do livro e da leitura nas prisões, nos Atos do CNJ, em 19 de outubro, (https://atos.cnj.jus.br/atos/detalhar/3533). Semanas depois, o Conselho Federal de Biblioteconomia (CFB) publicou, em suas redes sociais, uma nota em que relatava a articulação com uma senadora para que o referido GT - CNJ passasse a contar com a presença de profissional bibliotecário. No entanto, a informação do CFB mostrava-se equivocada, uma vez que o GT já se compunha por duas colegas de profissão, sendo uma delas a própria Catia. Diante da postagem, a bibliotecária sentiu-se deslegitimada. Aquilo lhe soou como a invisibilização de todo o seu esforço e comprometimento para com a Biblioteconomia e, principalmente, para com as bibliotecas prisionais – tão negligenciadas pelas instituições. Então, de forma emocionada, tomada pela paixão que lhe é peculiar, a bibliotecária respondeu ao CFB na forma dos comentários acessíveis no link https://bit.ly/3an7Iia

Em função deste comentário, no dia 4 de outubro de 2021, Catia recebeu uma Carta de Citação do CFB e a constatação de que estava sendo processada pela instituição, a qual argumenta que a bibliotecária infringiu o art. 7. do Código de Deontologia e Ética do Bibliotecário, a saber:

Art. 7º – Não é permitido ao bibliotecário, no desempenho de suas funções:
g) fazer comentários desabonadores sobre a profissão de bibliotecário e às entidades representativas da sua profissão.

Acreditamos que todo o imbróglio poderia ter sido resolvido com um diálogo entre entidade e Catia Lidemann, de forma que os fatos fossem devidamente aclarados, tendo em vista a importância da justaposição de forças em prol da Biblioteconomia e, principalmente, diante da necessidade do fortalecimento das bibliotecas prisionais.

Abaixo, endossaremos nosso total apoio e solidariedade à Catia, nos interpondo a qualquer tipo de penalidade que ela possa sofrer ou, pior, o risco de ter cassado o seu registro como bibliotecária, o que a impediria de atuar junto à causa pela qual tanto luta e defende.




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